Após a sua construção há quase vinte anos, os investimentos no edifício do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, foram sempre limitados e insuficientes para a dinâmica de um hospital, com necessidades quer de adaptação quer sobretudo de manutenção, sempre por insuficiência de verbas, com consequências graves em muitas áreas, quer ao nível funcional, quer ao nível da segurança, quer para o conforto dos doentes.
O mesmo se passa com os equipamentos, muitos dos quais com o seu prazo de vida útil já há muito ultrapassado.
A afectação de cerca de 4 milhões de euros para a remodelação do Serviço de Urgência que agora foi anunciada (cuja atividade se prevê vir a diminuir porquanto muita da procura resulta apenas da falta de médicos de família), é claramente uma opção errada e insuficientemente fundamentada.
É verdade ser necessário remodelar e melhorar as suas instalações, mas não com a dimensão agora proposta, a qual revela sobretudo preocupações eleitoralistas no momento em que é anunciada.
Trata-se, da parte do Secretário Regional da Saúde em fim de mandato e abandono da vida pública, apenas da mera preocupação em deixar marca pessoal numa área a que no passado esteve ligado como Diretor do Serviço.
Importa, isso sim, que o Secretário Regional da Saúde não se vá embora sem explicar qual o destino do antigo edifício do SAU construindo há cerca de 10 anos e que segundo consta será demolido nesta obra anunciada sem racionalidade.
Para o PSD/Açores existem vários exemplos principais de opções de utilização daquela verba de 4 milhões de euros que são seguramente mais urgentes e sobretudo mais importantes para a segurança dos doentes, ao nível da segurança, do conforto e fundamentais para o crescimento da atividade:
- Melhorar todas unidades de internamento (enfermarias) cujo estado de conservação está longe de ser o melhor, transformando quartos de 6 camas em quartos de 2 ou 3 camas;
- Melhorar e ampliar as áreas de ambulatório (Consulta externa e exames), cuja atividade tem crescido e é fundamental que continue a crescer, permitindo que o HDES cumpra a sua função;
- Ampliar o Bloco Operatório construindo o espaço de cirurgia de ambulatório em condições e de acordo com a realidade hospitalar atual;
Como se pode verificar não faltam exemplos de como é possível melhorar a qualidade dos serviços no HDES sem que este seja sacrificado a interesses eleitorais e pessoais do momento. Basta querer utilizar melhor o dinheiro de todos os açorianos.

