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Ontem, regressei de uma deslocação às Canárias, integrando uma comitiva do Parlamento açoriano que participou nas VIII Jornadas Parlamentares Atlânticas, as quais reuniram Parlamentares dos Açores, da Madeira, das Canárias e de Cabo Verde.

Ao visitar mais duas ilhas do arquipélago das Canárias (Tenerife e Grande Canária), depois de há uns anos atrás ter visitado Lanzarote, confirmo tratar-se de um arquipélago onde a indústria do Turismo floresceu e o quanto contribuiu para o desenvolvimento daqueles territórios insulares.

Contudo, quando regressava e de avião sobrevoava a ilha de São Miguel e, pouco depois, a minha ilha do Pico, reconheci que as nossas ilhas são, sem sombra de dúvida, muito mais belas! Claro que esta confirmação pessoal se estende às restantes sete ilhas do nosso arquipélago.

O setor Turístico é, na realidade, um verdadeiro motor de desenvolvimento económico global. As condições naturais e a posição geográfica dos arquipélagos da Macaronésia, podem proporcionar uma oferta turística diversificada, de qualidade e desde que bem estruturada, uma fonte de riqueza e de emprego, logo, de melhor qualidade de vida.

Nas nossas ilhas, o Turismo pode e deve ser fonte de emprego, de rendimento e de satisfação dos visitantes. Deve contribuir para o bem-estar das comunidades locais, mas deve conservar a natureza e proteger os recursos naturais. A meta deve ser um desenvolvimento turístico equilibrado e sustentável.

Fico entusiasmado com a capacidade de realização dos empresários desta ilha do Pico e contente pelo quanto de bom já realizaram em termos de oferta turística.

Fico animado quando sinto uma vontade firme em muitos outros se constituírem empresários do setor e sobretudo trazendo inovação e criatividade a esta atividade. Ainda ontem quando fazia escala para o Pico, no aeroporto de S. Miguel, estabeleci conversa com um casal jovem que deixou Lisboa para vir para o Pico reabilitar um edifício e criar um alojamento turístico. É o que a nossa ilha precisa, juventude e iniciativa privada.

Porém, o Governo ainda não cumpriu a sua parte. Precisa de fazer mais, melhor e depressa.

Temos muito a acertar e a fazer no domínio dos Transportes. Temos de melhorar as acessibilidades (aéreas e marítimas), bem como a articulação entre os diversos meios de transportes (aéreos, marítimos e terrestres). Temos de criar maior fluxo de ligações marítimas de passageiros entre as nossas ilhas. O PSD/A tem razão quando afirma pretender aumentar o número dessas ligações entre as ilhas do Triângulo e em especial no canal Pico/Faial.

Temos de acelerar na qualificação dos recursos humanos ligados ao setor do Turismo.

Temos de saber acolher bem os nossos visitantes e, concomitantemente, “vender” bem os nossos produtos. Os que produzimos e os que a natureza nos ofereceu. Temos de “vender” experiências e emoções diferentes e únicas.

Uma escalada à montanha, uma observação de cetáceos, uma descida a uma cavidade vulcânica, uma visita a um museu temático, um encontro com uma ave exótica ou uma planta endémica, degustar um bom vinho ou saborear um delicioso caldo de peixe, entre muitas outras, serão, sem dúvida, experiências inesquecíveis que se poderão ter nesta nossa ilha do Pico.

Saibamos organizar bem a oferta; tenhamos empresários qualificados e criativos, com colaboradores bem formados; existam guias turísticos que expliquem bem a nossa história, a nossa cultura, a nossa gastronomia e os nossos recursos endógenos, os nossos valores e tradições.

O Governo, deve constituir-se mais como parceiro dos empresários e assumir-se menos como mera fonte de subsídios, quando não mesmo o “empecilho burocrático” da iniciativa privada.

Num momento em que a procura dos Açores pelos turistas é francamente positiva, nada mais importante do que lhes causarmos uma primeira e boa impressão. O contrário pode transformar-se numa oportunidade perdida!