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1. Em outubro deste ano realizar-se-ão eleições legislativas nos Açores. Estamos, portanto, no final de uma legislatura. E no final de uma legislatura, num regime democrático normal, é tempo de apresentar e avaliar resultados.
Porém, o que vemos por estes lados é precisamente o contrário. Parece que estamos no início de um mandato. O Governo Regional e o PS, já em campanha, andam num corrupio no lançamento de projetos e de algumas primeiras pedras, abertura de concursos e anúncios requentados. No Faial a tática é sempre a mesma. O Governo passa os primeiros três anos de cada legislatura a entreter os Faialenses e no último coloca umas primeiras pedras, apresenta uns projetos e repete as promessas. Deste modo, as promessas que é suposto cumprir em quatro anos levam no Faial o dobro e o triplo do tempo a concretizar-se, transitando de legislatura em legislatura como promessa renovada e não concretizada. Com isso atrasam o desenvolvimento desta Terra com a cumplicidade de uma elite socialista faialense mais preocupada com os seus interesses do que com o desenvolvimento do Faial.
Nesse contexto é bom lembrar que em 2012 o PS comprometeu-se com os Faialenses com mais de 50 promessas e na sua esmagadora maioria não prometeu primeiras pedras ou projetos, mas sim a concretização de investimentos.

2. Avaliemos, neste caso, o que o PS prometeu, em 2012, aos Faialenses no domínio da rede viária regional:
– “Reabilitar a Estrada Regional Largo Jaime de Melo – Capelo, bem como a ligação à Ribeira Funda;
– Promover a execução da 2ª fase da variante à cidade da Horta;
– Proceder à requalificação de todas as estradas objeto de intervenções anteriores e que apresentam evidentes sinais de desgaste”.

3. Há quase 20 anos que o Faial tem algo de insólito no sistema viário: uma estrada regional (Largo Jaime de Melo – Capelo) que fez o percurso contrário ao normal, passou de alcatrão a cascalho. Com um piso também quase impraticável está, há longos anos, o troço de estrada entre as designadas Casas da Junta à Ribeira Funda. Estas duas estradas interiores da ilha são ambas de extrema importância para a agropecuária e para o turismo. O seu mau estado tem prejudicado estas atividades económicas e esta ilha.
Durante todo este período o PS prometeu reabilitar estas estradas e nunca cumpriu. Agora, com a aproximação das eleições, anuncia o lançamento do concurso para a reabilitação do troço de estrada entre o Largo Jaime de Melo e a Ribeira do Cabo. Esta estrada há muito que devia estar reabilitada e não foi o lançamento do concurso que o PS prometeu aos Faialenses para esta legislatura. Prometeu “reabilitar a Estrada Regional Largo Jaime de Melo – Capelo, bem como a ligação à Ribeira Funda”. Mais uma vez não vai cumprir.

4. Em relação à segunda fase da variante a novela é igualmente longa e bem recheada de promessas e incumprimentos. É sempre bom lembrar que este investimento foi prometido aos Faialenses pelo PS em todas as eleições regionais desde 1996, fez parte de diversos orçamentos regionais e constava da primeira versão da Carta Regional as Obras Públicas, com início previsto para o primeiro semestre de 2015. O Governo fez a primeira fase e no ano passado, com a cumplicidade dos socialistas faialenses, cancelou a segunda fase da variante justificando que não tinha dinheiro. Paradoxalmente o mesmo governo que diz não ter dinheiro para fazer uma estrada com menos de dois quilómetros, essencial para o nosso desenvolvimento, é o mesmo governo que gasta milhões em obras supérfluas, tais como, a casa da Autonomia ou Centro de Artes Contemporâneas.
Portanto, o PS em 2012 assumiu, mais uma vez, o compromisso de “promover a execução da 2ª fase da variante à cidade da Horta”. Mais uma vez não o cumpriu e mais grave cancelou este investimento.

5. Assim e objetivamente esta é mais uma legislatura com um balanço negro no que diz respeito à rede viária regional do Faial. Prometeram-nos reabilitar as estradas regionais interiores da ilha e executar a 2ª fase da variante e nada disso ficará feito nesta legislatura. Esta é mais uma boa razão que justifica a substituição deste regime de 20 anos e este pior governo da nossa Autonomia.