Duarte Freitas quer vencer o desafio da Educação com os Açorianos

Duarte Freitas desafiou hoje os açorianos para, juntos, vencerem o desafio da Educação: “Face à manifesta incapacidade de quem nos governa há 20 anos, lanço um desafio aos açorianos. Juntem-se a mim, juntem-se a quem pode mudar, para vencermos o desafio da Educação”, disse o presidente do PSD/Açores, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.

Acompanhado pelo investigador do ISCTE Francisco Simões, responsável pela Educação no Gabinete de Estudos do PSD/Açores, o líder social democrata frisou que, “o nosso desafio, no governo, será criar as condições para atrair os melhores professores, as melhores instituições, os melhores alunos. Para que sejamos, em conjunto, melhores”.

Para Duarte Freitas, os estudantes de hoje são “os cidadãos adultos de amanhã, que queremos sejam responsáveis e realizados”, porque “não podemos permitir que se perca mais uma geração”, afirmou.

O Presidente do PSD/Açores assumiu que a Educação “é uma prioridade e, quando liderar o governo, iniciarei um programa para mudarmos o ensino e a educação nos Açores, com medidas concretas, objetivos definidos e metas quantificadas, para que as políticas sejam avaliadas com rigor”.

“Não me conformo em viver numa terra onde, depois de 20 anos de governo socialista, temos os maiores índices de abandono escolar do país, com um terço dos jovens sem concluir o secundário”.

Duarte Freitas lembrou que “um estudante açoriano em cada quatro não acaba o ensino básico, quatro estudantes açorianos em cada dez chumbam e não acabam o secundário. E apenas 8,5% dos açorianos frequentam o ensino superior. É uma herança inaceitável, que ajuda a explicar o desemprego elevado, a desesperança dos jovens, e as consequências mais profundas da crise”, disse.

Francisco Simões elencou a estratégia para que, no final do verão, seja dada a conhecer “uma proposta concreta que integrará o programa de governo, depois de uma auscultação em quatro etapas com os vários participantes do setor e a sociedade açoriana”.

O psicólogo e investigador adiantou que a nova abordagem para a Educação nos Açores “deverá assentar em três eixos: integrar, valorizar e inovar. Trata-se de um desafio que implica todos os agentes do setor e todas as forças da sociedade, eles são a comunidade, e só a sociedade os pode integrar”, referiu.

Francisco Simões defende que “a escola tem de ser feita com e para a comunidade”, mas frisou os “problemas de identidade, com a desarmonia vigente, entre as escolas que temos, de dimensão urbana, uma população suburbana e uma cultura vincadamente rural”.

Segundo explicou, tem de haver “soluções diferentes para obtermos resultados diferentes”, uma vez que “os passos dados pela Região, mesmo em matéria de inovação, nunca foram conclusivos porque as iniciativas se dispersaram”, avançou.

Segundo Francisco Simões, uma região “não evolui”, se não completar o ciclo de inovação em que “concebe, testa, avalia, reajusta. E só então dissemina políticas e práticas eficazes. Propomos, igualmente, que haja uma melhor adequação das propostas educativas e formativas às necessidades de diferentes territórios, neste caso, ilhas”.

O investigador citou dados “preocupantes” da Região, como a taxa de abandono escolar precoce “acima dos 35% e da média nacional, que é de 27,1%”, as taxas de retenção no final do ensino secundário, “de 39,6%, a mais elevada do país”, e do ensino básico, “com 23,1% dos alunos matriculados no 9º ano a reprovarem, sendo também a mais alta do país”.

A isso acresce que “65% dos alunos açorianos beneficiam de apoio social escolar”, e que, nos Açores, “um em cada quatro jovens, entre os 18 e os 24 anos, não se encontra em emprego, formação ou educação. Necessitamos de uma alteração de políticas”, afirmou.