Não é uma questão de se ter ou não telhados de vidro. É o respeito que um político deve ter pelos cargos que exerce e pelos cidadãos que o elege.
Maria Luis Albuquerque, a ex-ministra das finanças, vai trabalhar para a uma empresa financeira que gere dívidas, continuando como deputada à Assembleia da República. Não parece que haja nada de ilegal no caso. Mas não parece bem haver uma ex-ministra das finanças, agora deputada, a lidar com a gestão de dívidas de empresas.
Em política, o que parece é. E a ex-ministra parece estar mais interessada em ganhar mais uns milhares de euros do que manter a sua imparcialidade de deputada.
Mas pior que Maria Luis Albuquerque, é ver o cinismo com que Carlos César condenou a atitude da ex-ministra. O mesmo César que ganhou milhares de euros, enquanto assessor da Globestar Systems, empresa à qual ele havia adjudicado contratos e aprovado apoios no valor de centenas de milhares de euros, na sua qualidade de presidente do governo regional.
A lei até prevê a “impossibilidade de se trabalhar numa empresa quando a pessoa em causa tenha participado na atribuição, à mesma, de incentivos financeiros”. Foi o que fez César.
Cinismo puro e duro!

