Prego 1 – Baixar Impostos
Obviamente que todos tinham percebido que Vasco Cordeiro e Sérgio Ávila não gostaram que Passos Coelho, na sua visita aos Açores, tenha anunciado a reposição do Diferencial Fiscal. Antes da Troika, nos Açores, tínhamos um desconto de 30% relativamente aos impostos dos restantes portugueses e quando Sócrates foi pedir dinheiro emprestado, uma das condições foi reduzir esse desconto para 20%.
Na altura os socialistas açorianos desvalorizaram. Carlos César disse que era coisa pouca (!!!). Certo é que começamos a pagar mais IVA e mais IRS.
A chamada “reposição do diferencial fiscal”, que na prática consistia em voltarmos a ter 30% de desconto nos impostos, foi uma batalha que Duarte Freitas travou desde o congresso que o elegeu, atingiu o ponto alto quando deu indicação a Mota Amaral, Joaquim Ponte e Lídia Bulcão para, na Assembleia da República, votarem contra a revisão da Lei das Finanças Regionais e ganha durante a visita do 1º Ministro aos Açores.
Duarte Freitas teimou, teimou até convencer Passos Coelho. Aquando do anúncio do Primeiro-ministro, a reação do PS e de Vasco Cordeiro foi desastrada. Na altura não perceberam o alcance e impacto da medida … e amuaram.
A razão era evidente: foi Duarte Freitas a conseguir aquilo que ninguém acreditava … e que o próprio Governo Regional tinha, propositadamente, esquecido.
Depois Cordeiro “caiu da burra abaixo”. Não tinha outra saída. Tinha de baixar os impostos mas precisava fazer esquecer Freitas. Para “dobrar o pico ao prego” precisava de empurrar com a barriga … para ganhar tempo!
Prego 2 – A caça ao “Óscar”
Deixaram passar 2 meses. Inventaram umas consultas aos partidos e aos parceiros sociais para recolherem opiniões sobre as coisas que deixariam de fazer com a receita a menos. Feitas as contas significa menos 7,5% no orçamento.
Foi mesmo para disfarçar. Nos últimos largos anos o governo nunca executou o orçamento acima dos 90%. Ficaram sempre 10% (ou mais) por executar. Bastava fazerem como o costume.
A demora foi mesmo para distrair e tentar fazer esquecer Duarte Freitas como o ator principal do filme “A baixa dos Impostos I”.
A estratégia socialista passou então por encontrar um protagonista para ir ao Palácio de Santana, contracenar com Vasco Cordeiro no filme “A baixa dos impostos II”.
Se dois filmes com o mesmo argumento, obviamente, já não dão para caçar um “Óscar”, só o futuro dirá qual dos dois – Freitas ou Cordeiro – garante a nomeação para melhor ator principal, já que o CDS e Artur Lima farão questão de nos lembrar, todos os dias, que arrebataram o “Óscar” para melhor ator secundário.
Prego 3 – SATA
Ontem começaram os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito ao Grupo SATA. Será uma excelente oportunidade para todos percebermos como é que foi possível transformar uma empresa estratégica para o desenvolvimento dos Açores numa grande “dor de cabeça”.
Que sirva também para, identificados os erros, primeiro, não repeti-los e a seguir, encontrarmos o “antidoto” eficaz para garantir um futuro sustentável de uma empresa que já foi motivo de orgulho para os Açores e para os açorianos.
Prego 4 – Grécia
“Cada cabeça sua sentença”. Para a “Esquerda portuguesa” o acordo que o governo grego conseguiu com o Eurogrupo foi uma vitória. Para a “Direita”, o Syrisa já “arrumou a viola no saco”.
O debate roça a histeria porque daqui a 7 meses há eleições legislativas. Uns (PSD/CDS) querem passar a mensagem de que a austeridade valeu a pena e os outros (PS/BE) querem oxigénio grego para conseguirem respirar.