Perguntas 1 – Vou pagar 134€?
Sim, no máximo um residente nos Açores pagará 134€ por uma ida e volta a Lisboa ou Porto, com taxas incluídas. Este preço é válido para todas as gateways dos Açores, quer sejam as liberalizadas (Ponta Delgada e Terceira) ou as rotas incluídas nas Obrigações de Serviço Público (Faial, Pico e Sta. Maria).
O valor máximo de 134€ é obtido após o reembolso pago pelo Estado. O valor do reembolso é a diferença entre o valor pago “à cabeça” por uma passagem aérea e os tais 134€.
Atualmente o Estado paga às companhias 86€ por passageiro residente. No novo modelo a “compensação” é feita diretamente ao passageiro. Por exemplo, se pagar 254€, por uma ida e volta a Lisboa (ou Porto), após a viagem sou imediatamente reembolsado de 120€.
Naturalmente, se a passagem custar menos de 134€, não há reembolso.
Pergunta 2 – O reembolso é feito aonde?
Ainda não está definido. No caso da Madeira é feito em qualquer estação dos CTT. O residente é reembolsado imediatamente após a viagem e tem um prazo máximo de 90 dias para fazê-lo. Não se pode distrair. Ao 91º dia já não é reembolsado.
Pergunta 3 – Posso escolher o aeroporto para sair/entrar?
Esta é uma das grandes vantagens do Modelo. Se residir em qualquer ilha, mesmo naquelas com ligação direta a Lisboa (ou Porto) posso escolher o aeroporto de saída e de entrada, em função dos horários e preços disponibilizados pelas várias companhias.
Por exemplo, se residir no Faial e decidir, por razões de preço e horário, sair pela Terceira ou S. Miguel, posso fazê-lo sem qualquer aumento de preço. Isso acontece porque os “encaminhamentos” (entre a ilha de residência e o aeroporto escolhido para sair ou regressar) serão integralmente pagos à SATA-Air Açores pelo Estado.
Esta possibilidade faz com que os aeroportos/companhias possam competir entre si, pois o passageiro, com o “encaminhamento” gratuito, pode escolhe o aeroporto/companhia que mais lhe convier.
Pergunta 4 – As low-cost vão à Terceira?
A Ryanair com 3 voos diários (2 para Lisboa e 1 para o Porto) e a easyJet com 3 voos semanais, já anunciaram as suas operações na rota de Ponta Delgada. Relativamente à Terceira ainda nada disseram.
Assim, e para já, no caso de S. Miguel existirão 4 companhias a operar essa rota liberalizada. A rota da Terceira, até notícias em contrário, será operada pela SATA e pela TAP.
Pergunta 5 – Quem fica beneficiado?
Todos os açorianos ficam beneficiados! Agora pagam 300€ e passarão a pagar, no máximo, 134€.
Para quem acredita na concorrência, à primeira vista, os residentes em S. Miguel terão (para já) 4 operadoras a concorrer entre si, garantindo, em algumas épocas do ano, preços competitivos e horários variados ao longo do dia.
Nas rotas liberalizadas (S. Miguel e Terceira), como não existe teto máximo de preço a pagar “à cabeça”, os residentes dessas ilhas poderão, em algumas “épocas altas”, ter de desembolsar valores mais elevados, sendo certo que serão reembolsados da diferença.
Pergunta 6 – E a SATA?
Esta é uma preocupação. Enquanto teve o monopólio (juntamente com a TAP) não se preparou para a concorrência. Com abusivas ingerências políticas, desde 2007, contratou mais 100 colaboradores, comprou mais um avião (A320) e perdeu 200 mil passageiros.
Com 16 milhões de prejuízos em 2013 e 142 milhões de passivo bancário, tem uma missão complexa. Agora terá de reestruturar-se para competir, provavelmente “com dor”, mas o futuro desenvolvimento da economia açoriana vai valer a pena!