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Estamos longe das grandes mudanças por que passa a economia e a política mundial.

A nossa ultraperiferia geográfica também se repercute no atraso com que os movimentos de mudança chegam até nós. Mas, a “aldeia global” de Marshall McLuhan está aí. E não há hoje “ditadura” política nem monopólio económico ou financeiro que impeça as mudanças.

A crise financeira de 2008 ajudou a implodir muitas organizações empresariais que tínhamos como referências de anos e anos.

Foi na banca, como foi na construção civil e está chegando à comunicação social escrita.

Hoje, as probabilidades de uma empresa cair da posição de topo na sua liga aumentaram a olhos vistos. E cada vez mais enfrentam uma rede densa de constrangimentos à sua capacidade de agir. Ou seja, também no mundo empresarial açoriano está a tornar-se mais difícil de conservar o poder entretanto obtido. As coisas tornaram-se mais escorregadiças.

O poder está difuso. Há ainda quem atue como se, na verdade, ainda tivesse muito poder. Ainda ninguém lhes disse que o rei vai nu.

E há, ainda, quem continue a fazer da discrição uma máxima de comportamento. Para poder continuar a manter o poder conquistado, mas raramente exibido.