O PSD/Açores considerou a Carta Regional das Obras Públicas como “a maior negação do governo aos compromissos eleitorais e ao princípio invocado pelos seus presidente e vice-presidente, de que nesta legislatura cumpririam tudo o que prometeram, só prometendo o que podiam cumprir”, disse o deputado Cláudio Lopes.
Segundo o social-democrata, o documento “é um retrato fiel da inação do executivo”, numa altura em que “o bom investimento público é tão necessário para os Açores como um bom governo”, afirmou.
“A maior denúncia que se pode hoje fazer à Carta Regional das Obras Públicas, é o facto de não corresponder, em grande parte, às promessas eleitorais feitas aos açorianos em todas as nossas ilhas. Podemos contabilizar mais de seis dezenas de obras prometidas nos manifestos eleitorais, que não são assumidas na Carta Regional das Obras Públicas”, denunciou Cláudio Lopes.
“A obra sem estratégia não cria emprego, nem gera riqueza de forma duradoura. E um governo que ganha eleições fazendo promessas que não cumpre, perde a sua credibilidade”, disse o deputado, para quem, “na verdade, este governo tem sido especialista em gerar expetativas que não concretiza”.
Cláudio Lopes lembrou que “a Carta Regional das Obras Públicas tardou a aparecer, e agora arrasta-se na sua execução. Estamos praticamente a meio da legislatura e a sua execução material e financeira está abaixo dos 25%”, frisou.
“Esse atraso deixa o sector da construção civil em desespero, os seus representantes a reclamar e a suplicar por obras, e até autarcas destacados do PS a denunciarem a Carta Regional das Obras Públicas como uma mentira política deste governo”, acrescentou o parlamentar.
“Torna-se assim urgente resgatar as empresas regionais das profundas dificuldades em que se encontram. São elas o ativo mais importante para travar ou debelar o grande flagelo social que é o desemprego”, referiu Cláudio Lopes.
O deputado disse ainda que “vivemos hoje nos Açores uma era de paradoxos, em que temos um governo eleito a prometer fazer mais com menos, mas que faz menos, apesar de receber mais dinheiro dos açorianos. Os Açores precisam de um governo que não passe o tempo a desculpar os seus insucessos e omissões na austeridade da República, até porque essa austeridade tem enchido mais seus cofres”.
“Os Açores precisam de um bom governo. Precisam de melhor, de muito melhor”, concluiu Cláudio Lopes.