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Tive o privilégio de presenciar a mestria dos talentos políticos de três grandes figuras do regionalismo europeu.

Mota Amaral, Jordi Pujol e Alberto João Jardim, cada à sua maneira, imprimiram o seu cunho pessoal na política europeia dos anos 80 e 90, ora teorizando ora dando corpo – enquanto presidentes dos governos dos Açores, da Catalunha e da Madeira – aos princípios da subsidiariedade e da autonomia insular, e, ao mesmo tempo, forjando o estatuto da ultraperiferia.

Tudo em prol da afirmação dos seus povos e da consagração dos caminhos a seguir, enquanto solução para enfrentar, no caso dos Açores e da Madeira, os handicaps permanentes da insularidade e da ultraperiferia – o afastamento, a pequena superfície, a escassez de recursos naturais, a dispersão arquipelágica.

As tristes notícias que vêm da Catalunha, dando conta das dificuldades de Jordi Pujol com a justiça, por “fortunas” não declaradas, e o “desvario” em que se tornou a liderança do PSD/Madeira criam-nos um vazio. Uma desilusão.

A história que estava sendo redigida não previa estes dois tristes capítulos. Mas, com Mota Amaral, graças à sua prudência e desapego, ela não vai ser madrasta.