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A saúde pública na ilha Graciosa tem sido posta em causa há, pelo menos, dois anos! Refiro-me concretamente ao problema da falta de medicamentos de que a ilha padece e que não parece ter um fim à vista.

Enquanto deputado eleito pelos Graciosenses, juntamente com o outro deputado do PSD eleito pela Graciosa, já vamos no terceiro requerimento com perguntas ao Governo Regional sobre a necessidade de resolver este problema de saúde pública. Curiosamente mais ninguém, absolutamente mais nenhuma entidade da ilha Graciosa ou qualquer outro partido político falou sobre esta problemática.

O silêncio comprometedor de quem se esconde perante um dos maiores problemas da ilha é bem revelador de como vai indo a Graciosa, ao sabor de muitas palmadinhas nas costas de quem sofre com um flagelo que tira do sério qualquer cidadão que não compreende, afinal, para que temos Governo e onde é que anda esse Governo quando precisamos que exerça competências que são suas e que lhes estão atribuídas para servir o povo dos Açores!

Neste caso, em concreto, já lá vão dois anos desde que começaram os Graciosenses a esperar, desesperadamente, por medicamentos que não há na ilha, e o Governo vai prometendo soluções que nunca mais aparecem e que levam a paciência e, sobretudo, a saúde dos graciosenses.

Este também é um problema económico, não tão importante como o problema de saúde pública que se vive na ilha, mas que leva a que a Graciosa seja cada vez mais posta de lado por parte de quem a queira visitar ou por aqui estabelecer-se. A falta de medicamentos na ilha não serve nem sequer a quem deseja ver mais turismo e mais fixação de gentes para permitir o crescimento económico e o desenvolvimento local.

É, pois, um caso de completo alheamento dos verdadeiros problemas da ilha, a que vamos assistindo por parte de quem vai assumindo responsabilidades de defender a população.

Aos Graciosenses nada importa como é que se vai resolver este assunto, o que verdadeiramente interessa a quem vive na ilha, ou até a quem se preocupa com aqueles que por cá permanecem, é que se está perante uma situação que não pode prolongar-se por mais um dia que seja!

Depois há até alguns episódios caricatos: como assistir no aeroporto à chegada de pessoas que trazem medicamentos para vizinhos e amigos, como se chegassem a paragens de um mundo subdesenvolvido onde faltam os bens mais essenciais.

Será este o retrato dos Açores modernos e europeus de que fala o Partido Socialista quando lança comunicados a louvar as obras feitas na ilha Graciosa?

Talvez o PS Graciosa devesse, pelo menos uma única vez, usar da sua voz para falar do que verdadeiramente está a destruir a qualidade de vida dos Graciosenses.

É que não basta construir um novo centro de saúde para que a saúde melhore na ilha, aliás, se fossem comparar os livros de reclamações do Centro de Saúde actual com o anterior, talvez houvesse uma surpresa!

Já o fiz noutras ocasiões, e irei sempre continuar a fazê-lo, neste e noutros espaços em que possa exercer o meu dever como deputado e cidadão, a lutar por uma vida digna na ilha Graciosa, como um direito inalienável de Graciosense e Açoriano, à espera de um Governo que governe a pensar nos cidadãos, e não apenas nos eleitores.