O presidente do PSD/Açores defendeu “existir uma obrigação moral do governo socialista em proceder aos pagamentos em atraso da administração pública, uma vez que esses atrasos são contraditórios com os lucros que várias empresas estão a anunciar e a provocar dificuldades e desemprego em muitas empresas da região”.
Duarte Freitas, que falava na Calheta, durante uma sessão comemorativa do 40º aniversário do PSD/Açores, disse “compreender a posição assumida esta semana pelos empresários da ilha Terceira ao apelarem para que os lucros anunciados pela Saudaçor sejam utilizados para proceder aos pagamentos em atraso às empresas fornecedoras do Serviço Regional de Saúde”.
“Realmente não se compreende: o governo anuncia com orgulho que recebeu mais 126 milhões de euros dos impostos dos açorianos, a Saudaçor e outras empresas públicas regionais anunciam lucros no ano passado e depois surgem sucessivamente empresários a queixarem-se de que os socialistas não pagam as dívidas”, disse o presidente do PSD/Açores, considerando esta situação “mais um dos muitos paradoxos que todos dias verificamos na nossa Região”.
De facto, salientou, “nos Açores paradoxalmente tudo aumenta: aumentam as receitas do governo, aumentam alegadamente os lucros das empresas e ao mesmo tempo aumentam as dívidas do governo e o desemprego”.
Duarte Freitas recordou, também, “o que aconteceu com o valor das horas extraordinárias descontadas na remuneração complementar e que os socialistas recusam devolver aos trabalhadores”.
“Tudo serve para iludir os açorianos”, afirmou, recordando que “na remuneração complementar inventou-se um estratagema para não pagar horas extraordinárias, na SATA não se reconhecem faturas para não ter de pagar indemnizações compensatórias, na Saúde é o que se sabe”, exemplificou.
Para Duarte Freitas é, por isso, “necessário que o governo regional deixe de perder tempo a atacar os partidos da oposição e se concentre no combate à crise”.
“Agora que o governo engordou em secretários regionais pode ser que tenha mais tempo para o mais importante, governar”.