O PSD/Açores considerou que o aumento em 85 milhões de euros nos limites à concessão de avales, pedido pelo governo regional ao parlamento, vem “comprovar as evidentes dificuldades do sector público empresarial” e é “a consequência das políticas erradas do executivo socialista”.
Segundo o deputado social democrata açoriano António Marinho, constata-se atualmente “que é cada vez maior a demora do governo e do sector empresarial público em pagar as contas” pelo que se estranha que seja agora solicitado “um aumento de mais de 60% em relação ao valor autorizado pelo orçamento regional aprovado poucos meses antes. E mais. Um aumento que o vice presidente tenta apresentar aos açorianos como fruto de boa gestão das contas públicas”.
Para o PSD/Açores “o pedido feito pelo governo regional só pode ser uma manobra de diversão” e de mais uma das “conhecidas habilidades, a que o vice presidente do governo recorre com frequência para tentar pagar o que deve, quando está à vista que não tem meios para o conseguir fazer. Recorre, assim, aos truques e engenharias em que é hábil”.
Para António Marinho, o governo regional “está aflito com o que se passa em muitas empresas públicas, muitas delas em situação de falência técnica, porque teme que nem mesmo as engenharias do vice presidente permitam ultrapassar a situação difícil que foi criada pela própria gestão política dos socialistas”.
“São os próprios membros desse governo, e muitos dos deputados do partido que o apoia, que se sentem incomodados. Não querem aparecer na fotografia com o vice presidente quando é para falar de dívidas. Também eles, no governo ou aqui no Parlamento, estão, apenas, a mostrar solidariedade. São a isso obrigados. Mas custa-lhes porque sabem que não é bom para o futuro dos Açores, nem especialmente para as gerações que nos vão suceder”, disse.
O PSD/Açores lamentou ainda a “falta de explicações” do executivo regional nomeadamente no que respeita aos créditos que serão substituídos e quais as empresas que serão envolvidas nessas operações.
António Marinho estranhou, por isso, “que uma proposta aprovada em conselho de governo no dia 13 de Maio só apareça no parlamento quase um mês depois. E, mesmo assim, com pedido de urgência”.
“É fácil de perceber que recearam analisar este assunto em comissão. É um pouco como o que passa em outras situações, como em relação a contas que se vão conhecendo em relação ao SPER . Meia dúzia de explicações, sem profundidade, superficiais, em tom de desobriga, e está resolvido. Os Açorianos têm o direito de saber mais. E o Governo tem a obrigação de ser transparente com a gestão do dinheiro que a todos pertence”.