Qualquer cidadão dos Açores, seja residente, esteja na diáspora ou até migrado no continente ou na Madeira, tem sempre uma atenção especial para com a “sua” SATA.
Na vida quotidiana do arquipélago a companhia aérea regional, bandeira da região, assume uma importância quase sem paralelo na vida dos Açorianos, na economia dos Açores e nos anseios para o seu desenvolvimento.
É por isso que todas as notícias relacionadas com a SATA assumem sempre um especial motivo de atenção de todos e, ao saber-se que a “nossa” companhia se está a afundar em prejuízos faz soar diversos alarmes.
Fazer um historial da SATA talvez não seja o mais importante neste momento, mas lembrar que o actual Presidente do Governo tem responsabilidades directas na gestão da SATA nos últimos 6 anos, não pode deixar de ser motivo de preocupação para os tempos que se seguem.
Não podemos deixar de fazer notar que Vasco Cordeiro escolheu o actual Secretário Vítor Fraga para a administração da SATA quando era Secretário Regional da Economia. E não podemos deixar de lembrar que depois deste ter administrado a SATA, foi “promovido” a Secretário Regional com tutela daquela empresa, no actual elenco governativo, chefiado por Vasco Cordeiro.
Pode até ser coincidência, mas não deixa de ser no mínimo estranho que, nesta dança de cadeiras, tenha entretanto ficado apeado o presidente daquela empresa e sido promovido um outro administrador da confiança política, também, de Vasco Cordeiro.
No meio da roda-viva empresarial da SATA vem a lume um prejuízo de mais de 15 milhões de euros, e todo um conjunto de notícias nada abonatórias para uma empresa que, além do mais, transporta consigo a bandeira dos Açores.
Seja pela evidente degradação da capacidade operacional da companhia, sucedendo-se anúncios de cancelamentos, fretamentos frequentes de aeronaves a outras companhias e de uma degradação acentuada dos serviços, a que se soma uma aberrante escolha de destinos, mais ou menos ao gosto partidário e propagandístico, ou passando pela intromissão excessiva de governantes e políticos do poder nas opções estratégicas da empresa, passando ainda pelos preços incompatíveis com a mobilidade dos Açorianos, a verdade é que o Governo Regional e a sua forma de actuar na tutela da SATA estão a pôr em causa milhares de postos de trabalho e até qualquer projecto de desenvolvimento dos Açores.
Quando Vasco Cordeiro tirou da cartola a dissidência de Vítor Fraga, como que aproveitando um supostamente valioso quadro do PSD/A, que havia sido presidente da JSD/A, fez questão de dizer que nos governos PS se premeia a competência e a excelência, independentemente da origem partidária dos protagonistas.
A ver pelos resultados que Vítor Fraga tem trazido para a governação e para a política regional, e não podendo Vasco Cordeiro devolver o seu Secretário à procedência, talvez fosse tempo de reconhecer que, por vezes, mais importante do que tentar causar engulhos ao PSD/Açores, o melhor mesmo seria procurar não dar cabo do que resta de uma importante empresa regional como é a SATA.