O PSD/Açores considerou que “a renúncia ao cargo do presidente do conselho de administração da SATA foi o mais recente episódio num conjunto de situações que deixam os açorianos muito preocupados com o seu futuro. Está sem rumo a transportadora aérea regional”, disse o deputado Jorge Macedo.
Numa declaração política, o social-democrata frisou que “o atraso na aprovação de planos de exploração, as divergências face ao endividamento galopante e a imposição política de medidas contra a boa gestão e a saúde financeira da empresa, não deixam grande espaço de manobra a quem se preocupe com a sua sustentabilidade”, referiu.
“Em sete anos, com mais um avião Airbus A320, com o aumento da capacidade da frota da SATA–Air Açores, e com mais 100 colaboradores, a nossa companhia aérea perdeu 200 mil passageiros. São resultados desastrosos que nem a desculpa da crise justifica”, disse Jorge Macedo.
O deputado do PSD/Açores afirmou que “as dúvidas e as interrogações são mais do que muitas”, dando exemplos e questionando a tutela sobre a aprovação “do plano de atividades da SATA para este ano” ou as ações “da SATA e do governo regional na renovação da frota de longo curso da companhia”.
Segundo Jorge Macedo, o transporte aéreo açoriano vive um paradoxo “que só encontra explicação na propaganda governamental, com preços desproporcionados, aviões novos a voar meios vazios entre as ilhas, e nada feito para que as taxas de ocupação melhorem. Temos até visto aviões parados e o abandono de rotas operadas num mercado concorrencial”.
“Horários alterados em cima do joelho durante reuniões públicas, ausência de orientações estratégicas, dúvidas quanto à capacidade do governo para assumir os seus compromissos financeiros com a companhia, são exemplos de como a gestão política da SATA conseguiu desequilibrar e desestabilizar a nossa transportadora aérea”, acusou.
“E, a tudo isto, o governo regional responde com um ruidoso silêncio. Um ruidoso silêncio só interrompido pelo seu presidente para dizer aos açorianos que nada tinha a dizer, nem sequer os critérios que levaram à escolha do novo presidente do grupo SATA”, criticou Jorge Macedo.
“É preciso mais trabalho, mais competência, mais ambição, mas sobretudo mais bom senso”, realçou o social-democrata, lembrando que, com os erros acumulados a situação da SATA é complexa, daí estarmos a questionar o governo e o seu silêncio e falta de respostas”, concluiu.