O presidente do PSD/Açores salientou os sinais que todos os dias são dados pelo governo regional e que indicam que “o ciclo político está esgotado” na região com o poder “a arrastar-se em hesitações” e onde “são notórios os casos de incompetência”.
Duarte Freitas, que falava durante uma cerimónia destinada a assinalar o 40º aniversário do PSD/Açores, lamentou, por isso, que os açorianos estejam dependentes de “um governo sempre pronto para inventar desculpas onde faltam as soluções, para encontrar culpados em todo o lado menos na sua própria inação”. “17 anos depois do início da “experiência socialista”, os Açores lideram os índices de pobreza. Somos, segundo um estudo ontem divulgado na Universidade dos Açores, a região com o maior índice de desigualdades sociais”, disse.
Para o líder dos sociais democratas, a Região vive atualmente amarrada a diversos paradoxos como se comprova pelo facto de “todos os dias surgirem membros do governo regional a falar de uma região que parece existir apenas na cabeça dos próprios governantes”.
Duarte Freitas apontou como exemplo “a ficção que anda por aí a ser construída com os resultados operacionais das unidades de saúde” em que já se chegou ao ponto “do governo não esconder que não paga nada a ninguém para depois dizer com satisfação que as contas das unidades de saúde são um exemplo de boa gestão”.
Para o líder dos sociais democratas, é também um paradoxo o discurso que tem sido feito sobre a Saúde: “o Partido Socialista passou a campanha para as regionais a queixar-se da austeridade e dos ataques aos serviços públicos, mas agora o presidente do governo diz-se orgulhoso da reforma da Saúde, uma reforma que mais não foi do que a redução de serviços nos centros de saúde, o encerramento de laboratórios de análises clínicas e a quase extinção da deslocação de especialistas às ilhas sem hospitais”.
“Esta não é seguramente a via açoriana que foi prometida aos açorianos”, acrescentou.
Duarte Freitas lamentou, ainda, que o governo regional socialista “peça soluções à oposição mas que nunca hesite em procurar desculpas para desmerecer as propostas que lhe são apresentadas”.
Segundo o presidente dos sociais democratas açorianos “foi o que se viu quando o PSD/Açores apresentou uma proposta como a do combate às listas de espera cirúrgica. O que é que o governo regional fez? Primeiro disse que a proposta não interessava, esperou dois meses e depois anunciou com pompa a implementação de diversas medidas que mais não eram do que a proposta do PSD/Açores”.
O mesmo, recordou, voltou a acontecer com as Unidades de Saúde Familiar propostas pelo PSD/Açores. “Essa medida está a ser implementada na República e na Madeira ao que parece com bons resultados para os cidadãos.
Incompreensivelmente, o governo regional recusa-se a aplicá-la nos Açores alegando que ela acabou por representar um aumento de 25 por cento dos custos. Ao que havíamos de chegar: o governo regional socialista recusa-se a aplicar nos Açores uma boa medida para facilitar o acesso à Saúde porque essa medida na República representou um aumento de despesa”, disse.
Para Duarte Freitas, “o PSD/Açores corporiza hoje a verdadeira alternativa ao Partido Socialista”, assente no lema “fazer melhor”, que deve ser “o nosso lema todos os dias”.
Na cerimónia de hoje foi lançado o livro “PSD/Açores – 40 anos ao serviço das 9 ilhas”, organizado pelo jornalista e deputado regional dos sociais democratas açorianos José Andrade.
Além do presidente do PSD/Açores, participaram nesta sessão comemorativa o secretário-geral do PSD, Matos Rosa, o primeiro presidente do partido e do governo regional, Mota Amaral, e o primeiro presidente do parlamento açoriano, Álvaro Monjardino.
Foram também homenageados diversos militantes do PSD/Açores com quarenta anos de inscrição no partido.