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Quem está na atividade política, talvez de forma mais veemente do que acontece em outros domínios, não pode prescindir de uma atuação pautada pela credibilidade. É uma responsabilidade indeclinável, desde logo porque é sua obrigação dar resposta a quem o elegeu.

O respeito pelos eleitores obriga a que as propostas em que os políticos trabalham e que apresentam, ou o discurso que fomentam e passam para a sociedade, não resvalem para a demagogia. E muitos menos para a desonestidade. Seja intelectual ou de natureza técnica.

Os políticos têm de ser credíveis.

Podíamos, assim, abordar a forma desastrosa, atentatória da credibilidade, que tem estado associada ao acidentado percurso do líder nacional dos socialistas. Constatável por todos, a toda a hora, ou não fosse Seguro aquele que César entende que não deve falar “sobre tudo, durante todo o tempo”.

Podíamos, também, escalpelizar os exercícios de arrogância e atropelo que os socialistas açorianos têm intensificado ao longo dos anos de permanência no poder. Ainda na semana passada, no Parlamento dos Açores, ficou por demais evidente. Entre outras situações, com a apresentação de um voto de congratulação pelo Dia da Europa que, incrivelmente, transformaram numa declaração de baixa política. Arrasando a unanimidade que deve existir em torno das questões europeias. Uma vergonha!

Hoje, contudo, vamos refletir sobre o facto de os socialistas estarem a colocar as próximas eleições europeias como campo da aplicação de um “castigo” ao Governo da República. Credibilidade? Grau zero.

Então, os socialistas, de cá e de lá, acham que a participação dos Açores e de Portugal na União Europeia é coisa que serve para dar “puxões de orelhas”? Acham que as eleições europeias não valem por si próprias? A eleição de representantes para o Parlamento Europeu serve apenas para folclore político? E entendem que deve ser aplicado um “corretivo” justamente a quem conseguiu, nos últimos três anos, recuperar a credibilidade do país? A credibilidade, por sinal, que os socialistas deixaram cair nas ruas da amargura, no tempo, felizmente ultrapassado, de Sócrates?

Uma boa onda de credibilidade está, no entanto, a ser dada pelos candidatos dos Açores incluídos nas listas da Aliança Portugal e do Partido Socialista. Um e outro já valem por si próprios. São reconhecidamente credíveis, em função das provas dadas nas suas vidas profissionais. E têm tido uma postura equilibrada e de enorme credibilidade no âmbito da atividade desenvolvida desde que foram conhecidos como candidatos ao Parlamento Europeu.

Mais uma vez, na semana passada, ocorreu um momento significativo nesse domínio quando Sofia Ribeiro fez um desafio a Ricardo Serrão Santos. O da união dos dois futuros eurodeputados açorianos em torno das questões europeias, essencial para que se atinjam objetivos de grande importância para os Açores. Será certamente correspondido e partilhado por ambos.

Era bom que a falta de credibilidade daqueles que acham que as eleições europeias servem para ajustes de contas não ensombrasse a credibilidade daqueles que põem os interesses dos Açores em primeiro lugar.