O PSD/Açores questionou a calendarização do Prémio de Humanidades “Daniel de Sá”, criticando que tenha havido “apenas 37 dias – 25 dias úteis – para conceber e entregar obras de até 75 folhas A4, e concorrentes a um prémio de 12 mil euros. Isso já seria estranho em qualquer circunstância, mas é ainda mais incompreensível num prémio sem tempo bastante para ser divulgado e conhecido”, disse o deputado José Andrade.
O social-democrata elogia a homenagem feita “a uma figura marcante da cultura açoriana”, explicando que o Prémio pretende distinguir, “bianualmente, uma obra inédita de temática açoriana, nas categorias de Literatura, Linguística, História, Filosofia, Sociologia e Antropologia. Conforme diz uma resolução publicada a 24 de janeiro passado”, adianta, num requrimento enviado ao parlamento regional.
“Contudo, o regulamento do Prémio determinou – e muito mal – que a data limite para entrega das candidaturas fosse o passado dia 2, curiosamente o Domingo de Carnaval. Ou seja, foram apenas 37 dias entre a criação do Prémio e o encerramento do prazo para a receção das obras”, critica José Andrade, lamentando que uma boa ideia “seja mal implementada, penalizando a participação alargada que merecia”.
Segundo o deputado do PSD/Açores, “essa participação alargada foi uma intenção expressa pelo Secretário Regional da Educação, Ciência e Cultura”, que referiu o desejo “de promover a criatividade nos Açores com o referido Prémio. Pelo que é ainda mais grave a situação, havendo já a sugestão de se tratar de um fato feito à medida, ofendendo até o bom nome do impoluto patrono em causa”, afirma.
O parlamentar quer ainda saber “quantos foram os trabalhos rececionados para efeitos deste Prémio, na Direção Regional da Cultura, até ao dia 2 de março”, conclui.