O PSD/Açores tem demonstrado, sempre que os factos o têm imposto, que não está condicionado pela governação nacional de responsabilidade social-democrata. Quando estão em causa interesses açorianos, a bandeira partidária perde importância relativa. A bandeira dos Açores é a única que fica hasteada.
Esse é um princípio que o PSD/Açores nunca aliena, sejam quais forem as circunstâncias. E não se fica apenas no plano dos princípios. Nem se destina a ser utilizada com objetivos mediáticos. Faz parte do ideário e é a prática dos social-democratas açorianos.
Foi o que se passou com a última alteração da Lei de Finanças das Regiões Autónomas. Perante a redução do diferencial fiscal de 30% para 20% no IVA, IRS e IRC, que o Governo da República liderado pelo PSD apresentou, o PSD/Açores manifestou de forma clara a sua oposição. Pela voz do seu Presidente, olhos nos olhos do Primeiro Ministro, que depois se traduziu no terreno parlamentar regional, tendo igualmente sido assumida a discordância pelos seus deputados na Assembleia da República.
Foi mantida, nessa altura, a posição transmitida em Março de 2011, quando se conheceram as questões específicas açorianas inscritas no memorando que fez entrar a Troika em Portugal. Uma posição coerente que contrasta com a dos socialistas açorianos, que na altura desculpavam Sócrates pela má negociação nesse domínio. No fundo, em relação à mesmíssima questão, a redução do diferencial fiscal, os socialistas passaram da desculpa à crítica, logo que o governo perdeu o tom rosa que teve até Junho de 2011.
A discordância com o atual governo central surgiu também em relação à RTP-Açores. Também aí estavam em causa interesses da Região e, também aí, o PSD/Açores não aceitou a célebre questão da “janela” proposta por Lisboa, de que tanto se falou. Os valores dos Açores, também nesse domínio, foram privilegiados, em detrimento da conveniência partidária.
Recentemente, mais uma vez, o PSD/Açores não se conformou à lógica partidária e teve uma opção firme pelos Açores. Lamentou a não nomeação, pelo governo da República, de uma personalidade ligada aos Açores para integrar o Conselho Executivo da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento.
Considerou que o governo da República esteve mal, por se tratar de uma decisão que vem enfraquecer o relacionamento da Região com uma Fundação que tem razão de ser na presença militar norte americana na base das Lajes. Ao não indicar uma personalidade dos Açores para o conselho executivo da FLAD, e até ao optar por não valorizar aquela que tinha sido uma recomendação do Parlamento Açoriano, aprovada por unanimidade, o governo da República promoveu um retrocesso no relacionamento dos Açores com a FLAD, dando-se um passo atrás no relacionamento entre os Açores e a República.
Para o PSD/Açores, todos os retrocessos nesse domínio são de lamentar. Sejam da responsabilidade de um governo da República socialista ou do PSD.
Os Açores são mais importantes do que qualquer solidariedade partidária. Sem hesitações, com convicção, é essa a conduta que certamente todos reconhecem aos social democratas açorianos.