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Os 21.545 Açorianos desempregados merecem uma atenção redobrada. E a solução para esse dramático problema da sociedade açoriana passa, obviamente, pela revitalização da atividade económica regional.

Desde logo, porque é urgente travar o crescimento do desemprego. O infeliz máximo alcançado em tempos de Autonomia está a originar problemas sociais de enorme gravidade para as famílias açorianas. Depois, será tempo de criação de emprego, para recuperar os empregos destruídos nos últimos anos.

Sendo esses objetivos generalizadamente partilhados, já o mesmo não se passará quanto ao caminho que deve ser percorrido para os alcançar. São diferentes as opções defendidas, subjacentes aos modelos de sociedade preconizados pelas diversas forças políticas.

Mas independentemente dos defeitos ou das virtudes que estes podem encerrar, e consequentes opções assumidas, existe certamente consciência de que os resultados não surgirão com um simples estalar de dedos.

Só que, entretanto, há muitas famílias a sofrer. Há situações de emergência. E há algumas que são especialmente dramáticas. Precisam de respostas específicas.

Para minimizar os efeitos da acentuada redução de rendimentos decorrente do desemprego que entrou em casa de muitos Açorianos, o PSD/Açores apresentou uma proposta para criação de um conjunto de medidas complementares ao subsídio de desemprego.

Medidas açorianas para resolução de problemas açorianos. Medidas que complementam. Não substituem as existentes.

Uma das medidas apresentadas, de exercício de uma atividade ocupacional remunerada por quem não recebe subsídio de desemprego, foi partilhada pelo Governo Regional. Entendeu, e bem, que deveria, desde logo, ser implementada. Mereceu, obviamente, o aplauso do PSD/Açores. Quanto às outras medidas, o governo, infelizmente, não teve a mesma abertura.

Num período em que o desemprego de longa duração cresce de forma assustadora, o governo considerou desnecessária a criação de um regime complementar que estabelecia um subsídio subsequente, atribuído aos desempregados que já perderam o direito ao subsídio de desemprego, correspondente a metade do valor deste. Ou seja, esses desempregados perdem o acesso a qualquer tipo de rendimento.

Numa altura em que o drama do desemprego se estende a toda família, reduzindo drasticamente os rendimentos do agregado familiar, o governo entendeu também não aprovar um complemento que iria majorar em 15% o valor do subsídio de desemprego, nos casos em que ambos os cônjuges se encontram a receber essa prestação, o mesmo acontecendo com o parente único, nas famílias monoparentais.

Em ambas as medidas, destinava-se a famílias com rendimentos por pessoa situados abaixo de 200 euros mensais. Seria, assim, garantida a melhoria da situação de pessoas extremamente fragilizadas.

A maioria socialista chumbou a proposta. Recusou medidas que aliviariam muitas famílias açorianas que, por quebra acentuada de rendimentos, não conseguem satisfazer as suas necessidades básicas.

O governo gosta de dizer que cada desempregado é motivo de preocupação. Mas não cumpriu. Deixou muitos à sua sorte. Sem resposta.