O PSD/Açores pediu explicações ao governo regional sobre as críticas formuladas pelo secretário regional da Educação, Cultura e Ciência, Luís Fagundes Duarte, aos apoios concedidos pelos anteriores governos regionais socialistas às filarmónicas dos Açores.
Num requerimento assinado pelos deputados do PSD/Açores José Andrade e Cláudio Almeida são recordadas afirmações feitas no início deste mês por Luís Fagundes Duarte, considerando que “São Miguel é a ilha em pior estado, em termos de sedes de filarmónicas, comparando com a Terceira, Pico, São Jorge, etc.”.
O pedido de explicações surge na sequência de um colóquio realizado no início deste mês, nos Fenais da Luz, sobre as filarmónicas regionais.
Na altura, o governante socialista chegou mesmo a considerar que “por várias razões, não sei porquê, ao longo do tempo, investiu-se muito e as pessoas fazem sedes muito grandes, com muitos salões, e a ilha que tem piores instalações para as filarmónicas é São Miguel”.
“E Luís Fagundes Duarte conclui: ‘Isto em contraponto com freguesias de outras ilhas da Região em que temos o salão da casa do povo, temos o salão da sociedade filarmónica, temos mais um salão do grupo folclórico e temos mais uma outra coisa qualquer e estão todos eles vazios e, depois, dizem que precisam de mais dinheiro'”.
Os deputados do PSD/Açores referem 2não subscrever a crítica do secretário regional ao questionar os investimentos que os seus próprios governos fizeram em instalações de filarmónicas nas diversas ilhas dos Açores, mas concordamos com a constatação do secretário regional Luís Fagundes Duarte ao reconhecer que as sedes das filarmónicas micaelenses carecem de investimento”.
De facto, acrescentam, “no grupo parlamentar do PSD/Açores, ao longo deste ano de 2013, deslocámo-nos à maior parte das cerca de 100 filarmónicas açorianas, incluindo 20 das 33 existentes na ilha de São Miguel, para visitar as suas instalações e reunir com as suas direções”.
“E podemos testemunhar as necessidades sentidas, designadamente, ao nível das suas sedes. Se algumas só têm instalações condignas graças ao apoio das câmaras municipais, outras há que não têm sede, como a Filarmónica ‘São Paulo’ da Ribeira Quente, ou que têm uma sede em risco de ruína, como a centenária Filarmónica ‘Marcial União Progressista’ de Vila Franca do Campo”.
Assim, considerando as declarações do governante responsável pela política cultural e constatando a situação atual das instalações das filarmónicas micaelenses, os deputados sociais democratas açorianos perguntam “porque permitiu o governo, nos últimos anos, criar uma situação de desfavorecimento em São Miguel, que hoje admite e classifica como ‘a ilha que tem piores instalações para as filarmónicas’”.
José Andrade e Cláudio Almeida questionam ainda “o que tenciona o governo investir em 2014 e nos anos seguintes da presente legislatura para compensar o reconhecido desinvestimento nas filarmónicas micaelenses e satisfazer as necessidades de beneficiação das suas instalações”.