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No último dia do ano é altura de balanço. Mas é também, talvez ainda mais, um momento de expetativa. A correspondente aos cenários possíveis para o ano que vai começar. E o Ano Novo é já amanhã.

Que juízo fazem os Açorianos do passado recente? E o que pensam do comportamento da sociedade açoriana em 2014?

Quanto ao passado, os Açorianos sentem que já são muitos os anos em que os Açores estão a andar para trás. O desalento é grande. No seio das famílias, muitas delas a viverem momentos de grande aflição. Mas também daqueles que têm responsabilidades em termos empresariais, com especial relevo para os setores em que a quebra de atividade tem sido a nota dominante, com caráter permanente e muito mais incisiva do que seria aceitável.

Um facto releva nos tempos mais recentes. Se perguntássemos “qual é o problema mais gritante dos Açores nos dias de hoje” teríamos uma resposta idêntica da parte de quase todos, ou mesmo de todos, os inquiridos. A resposta seria, com toda a certeza, “falta de emprego”.

Na verdade, o desemprego tem tido um comportamento demasiado grave para que não esteja na mente de quem está mais, ou até menos, atento à sociedade que o rodeia. E quando se atingem, sucessivamente, resultados negativos nesse domínio, e nunca antes verificados em tempo de Autonomia, é natural que aí resida a preocupação das pessoas, estejam ou não a ser diretamente afetadas pelo fenómeno.

Não temos quaisquer dúvidas em afirmar que a moral dos Açorianos está em baixa. É, pois, natural que o diagnóstico que fazem seja negativo. E que o que antevêem em relação ao futuro esteja condicionado pelo pessimismo. É difícil, para a grande maioria das famílias, encarar o próximo ano como aquele em que se tornará possível ver a luz ao fundo túnel. Mas essa postura não é desejável.

Não é esse o estado de espírito propício à recondução da sociedade açoriana para uma fase melhor do que aquela que caracterizou o passado recente, designadamente a partir de 2008.

Se é normal que as pessoas estejam desanimadas em função dos problemas que vivem, ou das situações a que assistem próximo de si, não é positivo que façam prolongar o desânimo para o futuro. È que a economia vive de expetativas. E se estas são negativas, dificilmente podem dar lugar a um cenário mais favorável nos tempos que se aproximam.

Embora tendo consciência de que os Açores têm respondido mal nesta crise demorada que se instalou a nível mundial, os Açorianos não podem deixar cair os braços. Têm de reagir.

E o Governo Regional tem que construir soluções e parar de deitar culpas para terceiros. É para dar respostas diferentes, ajustadas à realidade destas nove ilhas, que existe a Autonomia. O governo tem que ser determinado e dar os passos claros que até agora não deu.

Só assim os Açores conseguirão inverter o rumo negativo que iniciaram há já anos demais.

A esperança tem que voltar a ser uma palavra de uso comum. O desânimo tem de ser afastado do dia a dia das famílias e das empresas.
Mais do que nunca, é bom que, neste e nos próximos dias, nos saudemos da forma habitual.

Com convicção, desejemos, a todos, um Bom Ano de 2014!