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Mão 1 – Passagens aéreas
Se as novas Obrigações de Serviço Público forem aprovadas tal como o Governo Regional propôs a Lisboa, os residentes terão 3 tarifas: uma “promocional”, uma “semiflexível” e uma “livre”.

Nas tarifas “promocionais” há boas notícias! Em cada avião haverá pelo menos 10% dos lugares disponíveis para esta tarifa e não apenas, como agora, naqueles voos com horários “impróprios para consumo”.

Com uma tarifa “semiflexível” vamos poder viajar para o continente por cerca de 160/170 euros, já descontado o reembolso dos 86€ do subsídio ao bilhete, mas esta tarifa terá restrições. Tem que ser paga 48 horas após a reserva e não permite alterações nos 15 dias anteriores à data da viagem, sob pena de uma penalização.

Bom, uma coisa é irmos de férias. Sabemos o dia da ida e o dia da volta. Outra é, por exemplo, uma viagem de trabalho ou para uma consulta médica. Sabemos quando vamos mas o regresso fica dependente do trabalho ou da “maleita”.

E quanto é que vai custar a penalização? “Isso vai depender da política comercial das companhias”. Ou o Secretário do Turismo e Transportes não sabia a resposta ou não queria dizer isto … ou se é assim … vão dar com uma mão e tirar com duas!

E tiram mesmo nas “tarifa sem restrições” que passam para o regime livre. Ou seja a atual passagem de residente, que custa agora cerca 300€, sem o “teto máximo”, passará a custar aquilo que as companhias quiserem.

Moral da história: durante um ano e meio o Governo Regional andou a prometer que as passagens iam baixar de preço … mas escondeu que a “tarifa de residente” terá restrições e que a alternativa é comprarmos uma tarifa sem restrições que ninguém sabe quanto é que custa.

Mão 2 – Concorrência?
O Governo Regional construiu um modelo para tentar “pôr a eira ao sol e o nabal à chuva”. Prometeu um regime concorrencial mas pelas notícias recentes a “EasyJet” já disse que está fora.

Vasco Cordeiro apressou-se a dizer que a “prioridade é a defesa dos açorianos” mas nem isso consegue.

No máximo conseguiu pôr-nos a viajar em datas fixas … ou a pagarmos uma penalização … ou a compramos uma “tarifa livre respeitando as regras da livre e aberta concorrência em mercados liberalizados” (sic). Mercado liberalizado? Aberto à concorrência?

Nem uma coisa nem outra! Quiseram agradar a gregos e troianos e o mais que conseguiram foi … não agradar a ninguém!

Mão 3 – Listas de espera
No Orçamento 2013, o PSD/A reforçou em 700 mil € o combate às listas de espera cirúrgicas. Os socialistas aprovaram mas o Secretário da Saúde não cumpriu e já disse que não faz tenção de cumprir.

Tudo estava bem se entretanto o problema estivesse resolvido. Qual quê! Não resolveu e agora sabe-se que há 9 mil açorianos à espera de uma cirurgia, muitos deles há mais de 3 anos.

O PSD/A repetiu a proposta no Orçamento de 2014 e o que é que os socialistas fizeram? Chumbaram envergonhados. A vergonha também faz mal à saúde!

Mão 4 – 100% de bom senso
A boa gestão política faz-se com 0,01% de “sapiência” e 99.99% de bom senso! Mesmo exagerando, arrisco dizer que sem bom senso não há “sapiência” que resulte. Claro, … e muito trabalho!

Alexandre Gaudêncio começou com a Bolsa de Emprego. Logo a seguir lançou o Fundo de Emergência Social e já reduziu meio milhão nas obras do Centro Histórico da Ribeira Grande. Se as duas primeiras são promessas eleitorais … a última permitirá reafectar 500 mil € para pequenos investimentos “a realizar por empresas locais (…) e essenciais para a qualidade de vida das pessoas”. 100% de bom senso!