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Certidão 1 – Não me lixem
A gestão (política) dos Estaleiros de Viana é num “case study” de incompetência, negligência, conluio, … e polícia.

O que se passou naquela empresa pública, para além de um caso de política … é um caso de polícia. Agora, aqueles que, enquanto governantes, nada fizeram para viabilizar uma infraestrutura importante para afirmar Portugal na economia do mar, … são os primeiros da frente no berreiro contra tudo, … até contra uma solução que contraria a decisão socrática de encerrá-lo … e pronto!

Desde a nacionalização, todos os navios lá construídos deram prejuízo. É obra! Se é importante viabilizá-lo, ao Estado não compete sustentar um Estaleiro que o melhor que consegue é abrir telejornais … pelas piores razões.

Certidão 2 – O Atlântida
E chegamos ao Atlântida. Um navio encomendado pela Região para fazer as ligações inter-ilhas, cujo projeto (encomendado pelo Governo Regional) continha erros grosseiros ao ponto de penalizar a “estabilidade em avaria”. O que é isto? O navio não garantia a estabilidade em situação de rombo no casco.

Em cima disso, o Governo Regional pediu alterações já o navio estava a ser construído. E qual é o problema? Primeiro, alterações à posteriori fazem as delícias de qualquer estaleiro e depois permitem “acomodar” as manigâncias do “dumping” feito para ganhar concursos públicos.

É o que está escrito na Auditoria das Inspeções de Finanças e da Defesa Nacional. Sim, existia um “acordo de cavalheiros” (sic) entre o Governo Regional e a Administração do Estaleiro para “acomodar a redução de preço” feito no concurso público.

Se isso é grave, as alterações voltaram a penalizar a estabilidade do navio. Já não era só “em avaria” mas também a “estabilidade intacta”. O que é isto? É a estabilidade (ou falta dela) … em navegação de cruzeiro.

Como já não passava na inspeção do IPTM, carregaram 300 toneladas de lastro para baixar o “centro de gravidade”. Vazio era como se navegasse com a lotação máxima de passageiros e viaturas. Claro que assim já não atingia os 19 nós contratados.

O processo Atlântida é um “Manual” sobre a delapidação de recursos públicos. Hoje, continuamos sem um navio decente para o transporte de passageiros e viaturas … e a credibilidade do Estaleiro de Viana ficou pela rua da amargura.

Claro que não foi o Atlântida que “matou” os Estaleiros … mas concordo com o Presidente da Empordef quando diz que “o Atlântida assinou a certidão de óbito”. Se os Estaleiros estavam financeiramente moribundos, o Atlântida confirmou que já estavam tecnicamente “mortos”.

Certidão 3 – Esquerda lúcida
José Seguro deixou-se capturar pelas “vacas sagradas” socialistas e todos os dias aparece nos telejornais a fazer-lhes a vontade. Nem conseguiu capitalizar o descontentamento coletivo e agora quando o país dá alguns sinais positivos é apanhado em “fora de jogo”.

Com lucidez, Francisco Assis escreveu no Público que “a esquerda não deve é cair na armadilha que lhe é estendida pela direita mais radical e que consiste num incitamento à sua deserção do plano da realidade para o universo da denúncia quixotesca e dos projetos inexequíveis”. É um recado com destinatário!

Certidão 4 – Mandela
Em vez do ódio, da revolta e da vontade de vingar 27 anos de prisão, Mandela fez tudo ao contrário. Ele foi tolerância, reconciliação e concórdia.

Quando disse que “ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, pela sua origem ou ainda pela sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”, …a sua vida provou-o!