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O Natal é o momento de celebração do nascimento de Jesus. É o tempo de redireccionar os nossos corações para a humanidade do nosso semelhante e é, também, o tempo de condescendermos para com aquilo que mais nos choca em outrem.

E é por essa razão que não vou dizer tudo quanto me apeteceria sobre a desastrosa semana política do líder parlamentar do PS.

Iniciou a semana parlamentar a dizer que, por conveniência de um privado, parceiro de negócio na radioterapia, escolhido pelo governo socialista, optou-se por alterar a preferência de instalação daquele serviço público de saúde!

Não contente com isso, o representante parlamentar do socialismo açoriano abre uma nova forma de crónica parlamentar, ao exercer um direito de resposta que não tinha (o de responder a uma “legenda” de uma peça jornalística), para escrever um artigo de jornal, a confirmar que, afinal, tinha dito o que estava escrito (!), mas aquela legenda não ficava ali bem!

Já mais para o final da semana, apresentou uma proposta no parlamento para expressar o desejo de que venha a ser nomeado um açoriano para, depois de nomeado, poder ser escolhido pelo Primeiro-Ministro para o Conselho Executivo da FLAD.

Só que o líder parlamentar do PS não conhecia o processo de escolha daquele órgão executivo da Fundação e teve de ser socorrido pelo Presidente do Governo, que lá conseguiu explicar que o PS achava que se devia deixar “no ar” uma recomendação para que apareça alguém dos Açores de entre os escolhidos, para depois Passos Coelho o poder escolher!

Era, portanto, uma recomendação teleológica.

Pelo meio, Vasco Cordeiro teceu rasgados elogios ao Primeiro-Ministro sobre o assunto que se estava a discutir, perante uma bancada parlamentar cabisbaixa, retratada no seu líder, à procura de saber o que acabara de dizer.

Depois da aula a que teve direito, Berto silenciou-se para uma próxima oportunidade de fazer esquecer tanta asneira em tão pouco espaço de tempo.

Como estamos em época natalícia, fico apenas pela simples estupefacção com esta confusão num partido e num governo que já governavam quando o seu líder parlamentar ainda não tinha iniciado o ensino secundário.

Assim, celebremos o nascimento do Messias, esqueçamos o Berto!