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O governo de Cordeiro e Ávila tem um ano.

É tempo suficiente para avaliar as tendências que decorrem da sua governação, ainda que não se possa exigir que estejam resolvidos todos os problemas existentes à partida. É tempo de balanço, até porque na próxima semana se realiza o debate parlamentar relativo ao orçamento regional para o próximo ano.

O balanço, infelizmente, é negativo. Muito negativo. E até pode haver um ou outro domínio que regista uma evolução positiva, mas não se pode ignorar que é muito mau o cômputo global. Designadamente porque falhou, sobremaneira, aquele que seria o principal desígnio da atuação do governo: estancar o desemprego, que já então se situava num nível perfeitamente assustador.

O Governo Regional fez que fez. Mas não fez. Com cerca de 18,600 desempregados há um ano atrás, a quem tinha que dar resposta, não só não deu, como conseguiu que o exército de desempregados nos Açores se elevasse substancialmente. Envolve agora 21,545 Açorianos. São batidos máximos atrás de máximos, ao arrepio do que se passa nas outras regiões nacionais.

Lembramos que, há meio ano, o PSD/Açores se absteve na votação do Orçamento para 2013. O facto de se viver a maior crise social e económica dos últimos 40 anos assim o impunha.

E não seria, como não foi, o PSD/Açores a servir para qualquer desculpabilização, nem a obstaculizar qualquer solução que servisse para mitigar as dificuldades por que passavam, já na altura, quase 20.000 Açorianos desempregados.

Não tendo o PSD/Açores qualquer responsabilidade pela situação que existia, não quis deixar de dialogar e de dar contributos para atacar o principal problema da sociedade açoriana. Um comportamento, aliás, oposto ao dos socialistas na República, onde, como principais responsáveis pela situação a que chegou Portugal, continuam a furtar-se a ajudar nas soluções.

Lembra-se e sublinha-se, a propósito, que o PSD/Açores deu o seu contributo para a Agenda Açoriana de combate à crise. Deu-lhe um acordo de principio para que a mesma fosse concretizada. E se à Agenda faltam resultados, como é mais do que notório, e como comprova o agravamento dramático do desemprego nos Açores, a responsabilidade é exclusiva do Governo Regional.

Até se compreende o desespero em que estão os socialistas açorianos. Já não se entende, contudo, o “atirar de culpas” para a oposição, e até para os parceiros sociais. Nem as declarações agressivas e irresponsáveis que têm sido proferidas.

Da parte do PSD/Açores, a preocupação continua, como sempre, a estar nas pessoas. No contexto actual, está nos 21.545 Açorianos desempregados, bem como na pobreza que alastra permanentemente na Região.

O PSD/Açores, responsavelmente, vai dar ao Orçamento para 2014 a sua abstenção. Por mais um ano, não vai ser obstáculo a medidas que já deviam estar implementadas.

Desta vez, não pode sequer dar ao governo o benefício da dúvida. Vai pensar, apenas, nos Açorianos que sofrem as consequências da maior crise financeira, económica e social em tempos de Autonomia.