Os Açores “têm de conseguir melhores resultados com as verbas do próximo quadro comunitário de apoio uma vez que não basta anunciar que se é campeão da execução, é também preciso conquistar o título mais importante, o de campeão dos resultados” defendeu o deputado social-democrata açoriano António Ventura.
Numa intervenção no plenário do Parlamento, que se encontra a debater as propostas de Plano e Orçamento para 2014, o deputado social democrata açoriano recordou que a região “recebeu da Europa muito dinheiro mas apresenta os piores resultados sociais de sempre em Autonomia”.
De facto, referiu, “os Açores vivem um paradoxo: o seu governo regional fala em boas taxas de execução e diz que é o campeão da utilização dos fundos comunitários mas infelizmente não pode chamar a si o título de campeão dos resultados”.
Por exemplo, acrescentou, “não é por causa do governo da República nem dos fundos comunitários utilizados na construção de escolas que somos, infelizmente, os campeões dos maus resultados e do abandono escolar, assim como não é por causa do governo da República nem dos fundos comunitários que temos edifícios termais fechados ou a cair aos bocados, casinos por abrir e salas de matança encerradas. É, sim, por causa deste Governo Regional”.
Para António Ventura, o governo regional devia explicar também “quantos açorianos aguardam a aprovação de projetos de investimento ao abrigo dos Fundos Comunitários e se esses projetos vão ter seguimento neste Quadro Comunitário de Apoio”.
O deputado do PSD/Açores recordou que o seu partido apresentou já um documento estratégico sobre a forma como devem ser orientados os fundos comunitários que serão disponibilizados até 2020, nomeadamente com “a alocação de recursos para o sector privado em detrimento do público para criação de riqueza, postos de trabalho e sustentabilidade, uma aposta forte na componente produtiva de utilização de recursos endógenos e uma valorização da componente de produção de bens transacionáveis para aumentar as exportações e substituir as importações”.
“Aos Açores exige-se visão estratégica, capacidade de organização e cultura de ação para melhor sabermos aproveitar esses recursos e empregá-los ao serviço do desenvolvimento harmonioso e sustentado das nossas ilhas”, disse defendendo uma “maior participação das autarquias locais e do parlamento regional na definição dos programas operacionais”.