Irrelevante 1 – Vasco Cordeiro
O PSD/A anunciou a abstenção na votação do Orçamento de 2014. Argumentou que não queria ser obstáculo (nem desculpa) para que o governo governasse e respondesse aos 21545 açorianos desempregados. Na prática, repete o sinal dado em março, na votação do Orçamento de 2013, disponibilizando-se para um consenso político alargado no combate à situação de emergência que se vive nos Açores.
“Os partidos deviam entender-se para ajudar o povo”. Se isto é o que o povo diz e quer … é o que Vasco Cordeiro não quer … nem disfarça.
Até percebo que para manter o “exército unido”, precise de inventar um “inimigo externo”; que o “inimigo externo” seja útil para a sua afirmação política; que atacar os adversários políticos seja mais fácil do que apresentar resultados da governação, … mas nem isso justifica disparar sobre tudo o que mexe. Aliás o provérbio confirma que “só se atiram pedras às árvores com frutos”.
Quando o PSD/A vota contra, … “é o partido do bota-abaixo”; quando denuncia desvarios na utilização dos dinheiros públicos, “é o partido que puxa os Açores para baixo”; quando se abstém no Orçamento … “tanto faz que vote contra, a favor ou se abstenha”.
Até hoje, nenhum Presidente do Governo tinha ido tão longe na arrogância. Afirmar que o maior partido da oposição ou qualquer outro partido ou qualquer parceiro social ou da sociedade civil … “é irrelevante” (sic), é desmerecer a democracia ou, enquanto agente da democracia, é desmerecer-se a si próprio.
Sabe porquê caro Presidente? Há meios que não conseguem disfarçar os fins, muito menos quando se usa a arrogância para disfarçar … algum complexo de “irrelevância”.
Irrelevante 2 – Petulâncias
Ninguém gosta que lhe cortem nos salários e nas pensões. Eu também não! E tenho a certeza que, mesmo afirmando “que se lixem as eleições”, nenhum Primeiro-ministro gosta de anunciar cortes e austeridade. Mais fácil seria continuar a fazer as tolices gastadoras que levaram o país à bancarrota.
Agora, afirmar que “a Constituição está em perigo” misturando incitamentos à violência, é confundir partidarites individuais com a decisão coletiva do povo, expressa em eleições democráticas, ou pior, … arvorar-se em dono da democracia, classificando os que pensam de maneira diferente como uns seres menores que não conseguem ver um palmo à frente do nariz.
Acontece que esse é um coro com sopranos, tenores e outros barítonos, desafinado na altura de apresentar soluções alternativas. Para o bem do país, José Seguro não canta nesse tom, … nem mesmo quando Mário Soares, deliberadamente, lhe faz permanente terrorismo partidário.
Irrelevante 3 – Escadarias
Obviamente que o comportamento dos polícias torna a sua atuação futura (e a dos seus colegas) mais vulnerável, mas para o caso interessa apenas as declarações de Arménio Carlos (CGTP) quando falava na manifestação marcada para 3ª feira junto à Assembleia da República: “não vamos invadir a escadaria. Para nós é irrelevante chegar um degrau acima ou ficar no degrau abaixo”. Ele sabe que a indignação é um direito, mas com violência … perde-se a razão.
Irrelevante 4 – Mestre Simão
O ferry Mestre Simão representa tanto quanto a chegada dos Cruzeiros que, há quase 30 anos, substituíram as “Lanchas do Pico” no transporte de passageiros no Canal Faial/Pico. Enquanto Secretário da Economia, Vasco Cordeiro fez uma opção política correta e a administração da Atlanticoline concretizou o investimento “by the book”. Quando concordo … de acordo estou. Os Açores, agora sim, têm um navio para fazer … “o que tinha de ser feito”!