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O governo regional gasta anualmente com redatores, assessores de imprensa e fotógrafos cerca de meio milhão de euros.

A conclusão é dos deputados do PSD/Açores na sequência de um requerimento feito ao executivo para indagar sobre o funcionamento do Gabinete de Apoio à Comunicação Social (GACS) e o número de colaboradores diretos e indiretos afetos àquele serviço.

Segundo a vice-presidência do governo revelou em resposta enviada aos deputados social-democratas, o GACS dispõe de 19 colaboradores com os quais o executivo despendeu no ano passado mais de 334 mil euros.

Acresce ainda o facto de cada membro do governo, com exceção do subsecretário regional da Presidência para as Relações Externas, ter no seu gabinete um elemento ligado à assessoria de imprensa, mais um fotógrafo oficial da presidência do governo.

O elevado número de colaboradores do executivo para a área da comunicação social, dizem os deputados do PSD/Açores, “contrasta em absoluto com os quatro redatores que o Gabinete de Imprensa dos Açores (GIA) dispunha em 1996”.

Além disso, recordam os parlamentares, nenhum membro do governo regional de então dispunha de assessores de imprensa e os trabalhos de registo fotográfico eram adquiridos pontualmente sob a forma de aquisição de serviços.

Apesar da resposta agora recebida no Parlamento, que ultrapassou o prazo legal para o efeito, os deputados do PSD/Açores voltam a questionar o executivo açoriano sobre as matérias que “ficaram por esclarecer no requerimento apresentado em julho passado”.

Em concreto os deputados Joaquim Machado e José Andrade querem saber com rigor quais os custos associados aos colaboradores, diretos e indiretas do GAGS, incluindo a “informação discriminada das funções exercidas e da remuneração auferida”.

Pretendem ainda saber quanto o governo despendeu em ajudas de custo e alojamento nos primeiros nove meses deste ano com aqueles colaboradores.

No requerimento agora enviado à mesa da Assembleia Legislativa, os deputados do PSD/Açores consideram que as explicações agora emanadas da vice-presidência do governo “são um insulto à verdade e ultrapassam os limites da razoabilidade e, sobretudo, do respeito que é devido ao parlamento açoriano, enquanto órgão fiscalizador da atividade governativa”.

Os social-democratas fundamentam a sua acusação no facto de o governo regional pretensamente ter respondido às questões levantadas em julho passado através da comparação do atual número de colaboradores diretos do GACS com o número total de funcionários previstos em 1979 no quadro de pessoal da direção regional da Comunicação Social.

Esse quadro, note-se, incluía cinco contínuos, um motorista e um litógrafo de off-set, além de 13 operadores de telecomunicações que asseguravam a transmissão, receção e distribuição de mensagens de serviço, numa altura em que o telex era o único meio de comunicação para transferência de texto à distância.

Acresce ainda que em 1979 a direção regional da comunicação social integrava os serviços de protocolo da Presidência do Governo.