O presidente do PSD/Açores lamentou que “o sector da Saúde nos Açores, por causa do subfinanciamento do governo regional, esteja a pagar em juros uma verba que por si só permitia pagar os medicamentos consumidos durante um ano nos hospitais da Região”.
Duarte Freitas, que falava durante uma interpelação ao governo sobre o sector público empresarial da Região, promovida pelo partido no parlamento açoriano, considerou, por isso, “ser hoje evidente que há um paradoxo nas finanças regionais.
Na verdade, reforçou, por um lado, o governo regional diz todos os dias que tem as melhores finanças do mundo, mas por outro, também todos os dias temos empresários que se queixam de que o governo não paga o que deve ou que nem sequer paga os contratos programa que assina”.
Para Duarte Freitas, a par da situação da Saúde a SATA é “outro exemplo” de como “a situação financeira dos Açores não é aquela que o governo regional afirma”.
De facto, o líder dos sociais democratas açorianos manifestou grande preocupação com a companhia aérea açoriana que tem um passivo “de mais de 120 milhões de euros para com a banca e uma dívida a fornecedores de mais de 13 milhões de euros”. Ou seja, “só aqui a SATA tem problemas de cerca de 140 milhões de euros”.
A estes números, que o presidente do PSD/Açores considera “dramáticos”, há que “somar mais de dois milhões de euros de juros que a SATA tem de pagar por se estar a financiar para compensar o facto do governo regional não pagar as indemnizações compensatórias que são da sua responsabilidade”.
Para o presidente do PSD/Açores “esta situação é ainda mais grave quando a SATA será um instrumento de grande utilidade na revisão das Obrigações de Serviço Público”.
“O PSD/Açores entende que é importante que a SATA possa ser um regulador do mercado quando se adivinha uma fase de nova concorrência. Para nós, é importante que seja mantido um teto máximo para as ligações com o exterior e a SATA é um instrumento de grande relevância para essa estratégia”. “É bom que o governo tenha consciência da relevância da SATA e da responsabilidade que a companhia terá no futuro”, referiu.
Duarte Freitas lamentou, ainda, que o governo regional “apenas tenha entregue os documentos do sector público empresarial regional, relativos a 2012 , apenas na passada segunda-feira, ou seja, mais de um mês depois de terminado o prazo legal para o fazer”.
“Isso diz muito da forma como o governo regional atua sempre. Não entregou os documentos a tempo e hora como devia, mas depois envia na véspera do debate só para não dizer que está em falta e não dando tempo aos partidos para estudar esses mesmo documentos”.