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O PSD/Açores lamentou a “profunda e radical inflexão do pensamento político do PS e da prática do Governo Regional”, patente na “clara violação ao princípio da equidade e justiça social” da sua proposta de financiamento para o ensino particular, cooperativo e solidário, alegando que rompe de forma “radical” com o que até agora tinham sido as orientações do Secretário Regional da Educação.

“Houve, neste processo, uma clara desautorização do Secretário da Educação, e isso em política tem consequências”, referiu a social-democrata, lembrando uma reunião, realizada há dias, “na qual o senhor secretário confirmou a inflexão de orientação política, afirmando que os pais que queriam ter os seus filhos no ensino particular, que pagassem, pois o governo apenas iria apoiar os alunos das famílias carenciadas, de acordo com os atuais escalões da Ação Social Escolar”, afirmou a deputada social-democrata Judite Parreira.

Segundo Judite Parreira, “até Maio passado, o PS e o seu governo apoiavam o ensino particular e cooperativo, apoiavam os alunos lá matriculados, apoiavam e incentivavam os investimentos realizados. De maio passado até à passada terça-feira, o PS e o seu governo já achavam que esses apoios teriam de terminar, e que não competia ao Estado apoiar os alunos que estivessem no ensino particular e cooperativo”, avançou.

“Repentinamente, este mesmo PS e este mesmo governo, voltaram a pensar e a defender o que pensavam e defendiam antes de maio passado, e a dizer o contrário do que diziam há dias. Não há memória de desorientação e de desnorte equiparados a estas duplas cambalhotas. Não há memória de um desgoverno como o deste governo, que ora emite propostas irrevogáveis, ora as retira com a maior ligeireza. Ora defende uma coisa, ora o seu oposto, e logo a seguir volta a defender o inicial”, disse a deputada.

“O Secretário Regional da Educação foi ouvido em sede de comissão, para depois o grupo parlamentar do PS lhe puxar o tapete, obrigando-o a vir aqui defender o oposto do que há dias defendia. Depois foi o frenesim com que tentaram remediar o mal-estar provocado por esta despropositada proposta, que fez com que se enviassem ofícios em branco às escolas, numa pressa de abafar o eco da opinião pública, de evitar movimentos anunciados de diretores de escolas e de pais. Em suma, de evitar que se criassem movimentos semelhantes aos que recentemente se criaram em relação ao documento da Saúde”, frisou.

“Senhor secretário, creio que têm de tirar ilações de tudo isto que aconteceu. Politicamente o que aconteceu tem de ter consequências. Tanto parecer, tanta pressa, tanta reunião, tantas deslocações, tantos custos, para, afinal, serem os senhores a tomar a iniciativa de defender que tudo volta a ficar na mesma. Não sei se os açorianos vão compreender”, concluiu Judite Parreira.