Muito se tem falado nos tempos mais recentes sobre o futuro próximo da EDA. O que está em causa é saber o que o Governo Regional pretende fazer com os 50.1% que a Região detém no capital social da empresa.
Aquilo que era uma certeza, pelo menos para a legislatura iniciada em Novembro passado, passou a ser uma dúvida. Vasco Cordeiro está agora do lado contrário àquele em que se encontrava durante a campanha das eleições regionais de 2012. Um posicionamento que ficou depois inscrito no Programa de Governo aprovado no Parlamento Açoriano.
Vejamos os factos.
Em 20 de Novembro de 2012, no debate do Programa de Governo, Vasco Cordeiro dizia: “Obviamente que em circunstâncias em que há empresas que se assumem de importância estratégica para a nossa Região – o caso da EDA, da SATA – nós não temos qualquer motivo para, neste momento, equacionar aquilo que é a necessidade da sua privatização ou de parte do seu capital social”.
Aliás, o Programa de Governo referia explicitamente a “reestruturação do setor empresarial, libertando unidades fora da esfera da produção de bens públicos”. Era ainda mais explícito quando referia o “aumento das receitas da Região por via da alienação de participações em empresas não estratégicas…”.
No passado dia 11 de Maio soube-se que as intenções terão mudado. Vasco Cordeiro deu a conhecer que estava em curso a “realização de um estudo” que não se cinge apenas à EDA, mas que “tem a ver com a gestão do património das empresas públicas”.
Ou seja, abriu completamente a porta para o não cumprimento daquilo que ficou inscrito no Programa do seu governo. Mas mais do que isso. Criou todas as condições para desdizer aquilo que garantiu em tempo de eleições. Ou seja, para não cumprir o que prometeu. Virou o bico ao prego.
Esta semana mesmo, o assunto vai voltar ao terreno parlamentar pela mão do PSD/Açores. O governo e o partido que o suporta vão ter a oportunidade de esclarecer se vai ou não ser cumprido um compromisso claro que foi assumido perante os Açorianos.
Por muito que não se queira, é a credibilidade política de Vasco Cordeiro que está em causa.