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A recém-apresentada proposta de reestruturação do Serviço Regional de Saúde foi a mais recente e violenta pedrada atirada aos terceirenses pelo “novo” Governo Regional do Partido Socialista.

Há demasiado tempo que os Senhores do PS andam a iludir a nossa Ilha com as suas promessas e falinhas mansas, ao mesmo tempo que a Terceira vai definhando, ao ritmo com que nos são retiradas estruturas e serviços, assim como centros de poder, decisão e informação.

Com eles, saem também da Terceira, os empregos, os técnicos, a massa crítica e os jovens qualificados, em busca de oportunidades de trabalho. Para além disso, desviam-se também importantes aquisições de bens e serviços para o mercado micaelense, condenando a nossa economia a uma lenta e penosa agonia.

O novo hospital da Terceira foi prometido, construído e anunciado como sendo um hospital para o futuro, “um hospital para os próximos 50 anos”. Assumiram-se compromissos no sentido de que, com o novo hospital, a Terceira seria capaz de atrair e de ter, novos médicos e novas especialidades.

O novo hospital assumia-se como um símbolo de mais e melhores cuidados de saúde para a população e junto da população.

Depois de tudo isto, vem agora o Partido Socialista, cheio de “argumentos da treta”, tirar ao hospital novo funções e valências que já tínhamos no antigo hospital, reduzindo especialidades nas quais temos cá os médicos especialistas a trabalhar, e bem, em prol da população, como é o caso da Cirurgia Vascular e da Reumatologia, para dar apenas dois exemplos.

Não estamos a falar de “coisinhas pequenas”, mas sim de diferenças muito significativas ao nível da qualidade de vida das pessoas e, nalguns casos, a diferença pode ser entre a vida e a morte.

Se era para isto, então para que é que se foi construir um hospital que custa mais de 8 milhões de Euros por ano, durante trinta anos? Estaremos a mandar embora os médicos especialistas para conseguir pagar a conta da construção do hospital?

A “cereja em cima do bolo” é a assunção, por parte do Governo Regional, de que o Hospital de Ponta Delgada passará a ser o “Hospital Central” dos Açores, transformando assim, os hospitais de Angra e Horta em hospitais de segunda linha.

Sai tudo da Terceira e vai tudo para Ponta Delgada. Chegou o momento de dizer “basta”! É hora das forças vivas da Terceira (estejam elas onde estiverem…) darem o “murro na mesa” e porem fim a este constante “roubo” a que os governos do Partido Socialista dos Açores nos têm estado a sujeitar nos últimos 16 anos. E, como diz o povo, “com a saúde não se brinca”.

O Vice-presidente do Governo Regional, o tal que não paga o que deve, já anunciou que esta “reformulação” dos cuidados de Saúde na Região não se deve a motivos económico-financeiros, mas sim a uma “melhoria na operacionalização dos serviços”…Ou seja: é uma decisão política!

Das duas, uma: ou, ao contrário daquilo que sempre afirmou Sérgio Ávila, há mesmo um gravíssimo problema de falência financeira da Saúde nos Açores, que está por detrás de toda esta austeridade que agora o Governo atira para cima dos hospitais e centros de saúde; ou durante os 16 anos da governação socialista criou-se uma estrutura desadequada à realidade Regional, que funcionava mal, que não era segura para os utentes, cara e que prestava cuidados de saúde de má qualidade. Em qual das situações é que nos estiveram a mentir?

A resposta parece ser clara e óbvia… Não é por acaso que se leva mais de 30 anos a aproximar os cuidados de saúde das populações e a dotá-los de melhores meios técnicos, humanos e infraestruturais, para agora ter de haver um “encolhimento” desta dimensão, centralizando tudo, para variar, em São Miguel.

Estamos perante o maior retrocesso de sempre dos serviços de saúde nos Açores e um enorme roubo aos terceirenses no que aos cuidados hospitalares diz respeito.

Os eleitos pelo Partido Socialista da Terceira têm assumido uma postura de conivência e cumplicidade para com toda esta situação, vindo inclusivamente a público justificar uma pretensa “bondade” daquilo que, à descarada, nos está a ser feito.

Como sempre, o “tacho” e o Partido a serem colocados à frente dos interesses da população que os elegeu. E claro, para não variar, culpa-se sempre a República por qualquer coisa, nem que se tenha de inventar.

Tal não poderá continuar a acontecer, muito menos perante a aceitação silenciosa da população de uma ilha com a importância que a Terceira tem e que nunca deverá deixar de reclamar.

Se, para bem defender a Terceira e os terceirenses, for necessário voltar a tirar o bairrismo da gaveta, onde foi sendo cuidadosamente guardado ao longo de tantos anos, pois bem, que assim seja!

Mas chega de enganos, de mentiras e de areia para os nossos olhos.