O Presidente do PSD/Açores garantiu que o seu partido não dará qualquer apoio à privatização da EDA, defendendo “não ser desejável a quebra de um consenso que tem sido generalizado entre os partidos políticos, os trabalhadores da empresa e os açorianos de que a empresa deve ter capitais maioritariamente públicos”.
Duarte Freitas, em declarações à comunicação social, no final de uma reunião com a Comissão de Trabalhadores da EDA recordou que as especificidades da Região aconselham, precisamente, a que a EDA seja uma empresa maioritariamente pública: “os Açores são nove ilhas com nove sistemas de produção muito frágeis, com uma economia também frágil que não pode deixar de ter segurança no abastecimento de um bem público como a energia elétrica”.
O líder dos sociais democratas açorianos estranhou, ainda que o Partido Socialista e o governo regional aparentem estar a preparar-se para quebrar o consenso regional que existe em torno da não privatização da maioria do capital social da EDA: “entendia-se que existia um consenso, até unanimidade, pelo menos entre os partidos parlamentares, no sentido de não se proceder a mais nenhuma privatização da EDA, mas parece que da parte do partido do governo regional há uma reflexão sobre se será bem assim”.
Esta postura, segundo o presidente do PSD/Açores, contraria claramente o que foi dito quer na campanha para as legislativas regionais, quer já durante o debate do Programa do Governo. Nesse documento é dito “claramente que o governo não iria privatizar empresas produtoras de bens públicos, como é o caso da energia elétrica, e que não iria privatizar empresas estratégicas, que é o caso da EDA”.
“No programa do Governo isto é tão evidente que só falta mesmo um desenho”, disse Duarte Freitas confessando, por isso, ter ficado “estupefacto” quando ouviu um deputado do PS/Açores dizer que “afinal não há, por parte dos socialistas, uma posição contra nem a favor dessa privatização”.
De acordo com Duarte Freitas, “toda a gente já percebeu que há aqui muito mais coisas escondidas do que aquilo que para já é óbvio” pelo que, aparentemente, “o PSD/Açores, os outros partidos políticos, os trabalhadores, os sindicatos, os açorianos devem ficar preocupados com a eventual quebra deste consenso ou até unanimidade que havia na região quanto à não privatização da EDA”.
Para o presidente do PSD/Açores é, por isso, de aguardar que haja uma clarificação destas posições em breve, nomeadamente quando o partido apresentar no parlamento uma resolução em que recomenda ao governo regional que não privatize mais capital da EDA.