Os deputados do PSD/Açores eleitos pela Terceira exigiram explicações do Governo Regional sobre a obra da nova Biblioteca de Angra do Heroísmo, que “continua parada e é um mau exemplo da gestão de dinheiros públicos”.
“Os trabalhos a mais chegaram quase aos 15 por cento do seu valor, aumentando 1,7 milhões de euros aos custos, com reformulações ao projeto inicial. Isto numa obra parada há mais de um ano e sobre a qual nada se sabe”, afirmou o deputado António Ventura.
O social-democrata disse que “não se compreende como é que se gasta tanto e por tantas vezes, quando a utilização de dinheiros públicos deve ser feita com rigor e transparência. Todo este processo contraria esses princípios, pelo que exigimos que o Governo Regional se explique aos terceirenses. Aliás desde o início que nos opusemos de forma clara”, avançou.
O deputado do PSD/Açores lembrou que, “a 26 de Março, o Governo Regional adjudicou a uma empresa do exterior, por 4,4 milhões de euros e pelo prazo de seis meses, a empreitada de conclusão da nova biblioteca. Passados três meses, a obra continua parada e o seu estado de degradação indica que poderá encarecer ainda mais a sua conclusão”.
“É apenas mais um episódio associado a uma obra que levanta muitas dúvidas, e que é um mau exemplo de gestão de dinheiros públicos”, afirmou, recordando que “o PS anunciou em 1997 a construção da nova Biblioteca de Angra do Heroísmo. Só doze anos depois, mais precisamente em julho de 2009, é que a construção se iniciou com um valor de obra de 12,9 milhões de euros”.
“Com uma localização muito polémica, e quase do tipo contra tudo e contra todos, o Governo Regional construiu teimosamente a Biblioteca Público e Arquivo Regional num espaço que todos reconheceram não ser o mais indicado. Entretanto já lá vão cinco derrapagens financeiras e, como se tudo isto já não fosse suficiente, o executivo socialista escondeu que as obras se encontravam suspensas quando os deputados do PSD/Açores as visitaram em fevereiro do ano passado”, acrescentou António Ventura.
“O Governo Regional já tinha conhecimento das dificuldades financeiras da empresa e, logo a seguir à nossa visita, o empreiteiro da obra – o consórcio FDO – declarou insolvência e a obra parou. Portanto a obra está parada há mais de um ano. A isso acresce a sua continuada fiscalização, num ajuste direto de 25 mil e 800 euros, concedido em abril de 2012 pela Direção Regional da Cultura para um prazo de cinco meses. Isto já depois da obra estar parada”, concluiu o deputado.