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Nunca vi os comentários de Sócrates num canal nacional. Apenas vejo excertos a anunciar esse espaço, ao longo da emissão.

Talvez porque ainda não fui capaz de esquecer a sua calamitosa passagem de 6 anos pelo governo. E também porque coincide com a hora de um comentador que aprecio, noutro canal. Mas os excertos que vou vendo, que me põem atónito, dizem-me que faço bem em não mudar de canal na hora dos comentários.

Sócrates parece um anjo, à margem de tudo quanto se está a passar em Portugal. Tenta vender uma imagem de inocência face à situação que se vive atualmente. Como se não tivesse sido ele o autor da proeza que deu origem à assinatura do Memorando da Troika, que ele próprio negociou e assinou.

E o que digo não são desculpas para o que o atual governo está a fazer. Tenho discordâncias em relação a muitas medidas que estão a ser tomadas, designadamente as que estão a ser adicionalmente penalizantes para os Açores.

É um Sócrates com lata, apenas dois anos depois de ter saído. Em vez da necessária travessia do deserto, vem com manifesta falta de vergonha. Acompanhada do ar sobranceiro que nunca o abandonou. Com a soberba e a “raivinha” que lhe são características.

Mas andam também por aí uns “Sócrates” nos Açores. Gente que tenta fazer esquecer proezas de 16 anos.

A começar pelo governo novo, que tenta desligar-se do que fizeram os governos velhos. E a acabar num socialista que, falhados outros voos, quer agora ser presidente de Ponta Delgada.

Apresenta-se como homem de ação. Mas são tantas as coisas que prometeu e que caíram no esquecimento…

“Ele é” as bolsas para os investigadores da Universidade dos Açores, que prometeu antes das eleições regionais e que afinal não existem. “Ele é” as moradias prometidas, que não passaram sequer à fase de projeto. “Ele é” a autoria de uma solução para a Arrisca que, quando foi contestada pelo povo, o fez assobiar forte para o lado, como se nada tivesse a ver com o assunto.

Contente é um dos “Sócrates” que andam por aí. Quer passar uma esponja sobre as inúmeras promessas que nunca concretizou.

O povo, felizmente, nunca anda distraído!