O PSD/Açores pediu esclarecimentos ao Governo Regional sobre os protocolos estabelecidos, “desde 2011, entre a Secretaria Regional da Saúde e a Casa de Saúde de São Miguel, assim como dos acordos estabelecidos com a ARRISCA, no âmbito do programa de tratamento de dependências. Isto atendendo às recentes dificuldades sentidas com as parcerias estabelecidas pela tutela para combate à toxicodependência”, disse o deputado Luís Maurício.
Num requerimento enviado à Assembleia Legislativa, o social-democrata refere que essas dificuldades, “se acentuaram nos últimos meses, especialmente em Ponta Delgada, onde foram aplicadas medidas contrárias ao que recomendavam estudos encomendados pelo próprio Governo Regional, como foi o caso da transferência do programa de substituição opiácea da Casa de Saúde de São Miguel para a ARRISCA”, explica.
“Nunca foi dada qualquer explicação para essa transferência, e muito menos o governo justificou a transferência dos doentes ao arrepio do recomendado pelos técnicos”, adianta Luís Maurício, realçando “a preocupação acrescida que existe agora com os cerca de 1000 utentes que recorriam a consultas na Casa de Saúde de São Miguel. E que não estarão a ter qualquer tipo de acompanhamento”, criticou.
Segundo o deputado do PSD/Açores, “a situação em que esses doentes se encontram pode mesmo fazer perigar a sua recuperação, para além de constituir uma situação de abandono que em nada dignifica o Governo Regional”, afirma, considerando que “o combate à toxicodependência é uma prioridade social, que deve mobilizar não só o governo, mas também os partidos políticos, as autarquias locais e as instituições particulares de solidariedade social”.
Para Luís Maurício, o Governo Regional deve também explicar “o encaminhamento que se pretenda para esses cerca de 1000 doentes, que estavam incluídos no protocolo celebrado com a Casa de Saúde, mas que não estão agora no Programa de Substituição Opiácea. Exige-se também uma solução de sustentação financeira a essas atividades”, frisou, acrescentando que “todos são poucos para poder ajudar a combater o flagelo da toxicodependência que afeta, em especial, os jovens nos Açores”, concluiu.