As comissões políticas concelhias do PSD e do CDS-PP de Angra do Heroísmo criticaram o candidato socialista à autarquia, Álamo Meneses, acusando-o de enganar os munícipes ao prometer ser “uma voz firme e respeitável” na defesa do concelho e da ilha, depois de ter sido 16 anos membro dos governos regionais que promoveram “o maior esvaziamento de poder, de estruturas e de centralidade de que há memória” na ilha.
Em comunicado conjunto, assinado pelos dois presidentes concelhios, Luís Rendeiro (PSD) e Graça Silveira (CDS-PP), “as comissões políticas concelhias relembram aos angrenses que Angra do Heroísmo ‘é na Terra e não na Lua’ de onde o candidato do Partido Socialista à câmara municipal parece ter regressado recentemente. Álamo Meneses fez parte de todos os Governos socialistas que trouxeram a Terceira, e Angra de um modo muito particular, até à situação atual”.
Apontando baterias ao discurso de apresentação do candidato socialista, sociais-democratas e democratas-cristãos recordam que “Álamo Meneses esteve sempre sentado e calado na mesa do Conselho do Governo, como secretário regional, em todos os governos de Carlos César, nunca se lhe conhecendo uma tomada de posição em defesa da Terceira ou de Angra, enquanto se realizou o maior esvaziamento de poder, de estruturas e de centralidade de que há memória nesta terra”.
Perdemos a Lotaçor e a direção regional de Cultura (ambas com tutela direta de Álamo Meneses), a direção de Finanças, o avião da SATA, deixou de haver cabotagem no Porto das Pipas… Esvaziou-se Angra de importância na política, cultura, economia e em todos os aspectos da vida Açoriana”, prossegue o comunicado conjunto dos partidos que concorrem na coligação “POR ANGRA” às eleições autárquicas marcadas para 29 de Setembro.
“Foi com o Partido Socialista de Álamo Meneses que Angra do Heroísmo deixou de ser um dos principais centros do arquipélago, sempre com Álamo Meneses no Governo. Devemos agora acreditar que é ao fim de 16 anos de silêncio e de ausência de combate pela defesa de Angra que Álamo Meneses vai finalmente ter ‘uma voz firme e respeitável’ como promete? Ou será como as promessas que fez aos professores em 12 anos como secretário da Educação?”, questionam.
Luís Rendeiro e Graça Silveira acusam ainda o candidato socialista de manter uma “difícil relação com a verdade”, alertando os munícipes para o facto de “Álamo Meneses não quer, nem nunca quis, ser candidato à câmara de Angra. Foi empurrado para isso. Quem há 3 meses jurava que não seria candidato, jura agora ser aquele que, pela primeira vez, e ao fim de 16 anos, vai cumprir um mandato autárquico até ao fim. Os angrenses já conhecem bem a difícil relação de Álamo Meneses com a verdade”.
PSD e CDS-PP acentuam que “o candidato socialista promete agora para a câmara tudo aquilo que já podia ter feito como governante e falhou”, apontando exemplos concretos.
“Na Educação, o resultado das suas políticas são os piores resultados do País nos exames nacionais, o fecho das escolas nas freguesias e o desenraizamento das crianças das suas famílias e comunidades, o que é o pior cartão de visita para quem quer fazer das questões sociais a sua prioridade; na Cultura, ofereceu aos angrenses aquele infame mamarracho que um dia poderá vir a ser biblioteca; no Ambiente, fracassou o projeto geotérmico da Terceira, bem como o combate à praga das térmitas”.
Perante isto, questionam, “é este o curriculum merecedor do voto dos Angrenses? Sabemos que não”.
Em síntese, as estruturas concelhias lideradas por Luís Rendeiro e Graça Silveira dizem que “Angra precisa de sair do marasmo socialista”, acusando: “o PS já teve 17 anos para manter e reforçar o poder e a centralidade de Angra do Heroísmo no contexto regional… A única coisa que fez foi desprezar Angra, ceder aos interesses partidários e centralistas e esvaziar Angra do Heroísmo. Por Angra é preciso mudar”.