O PSD/Açores lamentou a falta de resultados do governo regional nas políticas destinadas às ilhas de menor dimensão considerando, por isso, “urgente uma revisão global das políticas desenvolvidas para que se atinja uma verdadeira e efetiva coesão regional”.
Em conferência de imprensa, no final das jornadas parlamentares do partido, que se realizaram na ilha de Santa Maria, o deputado social-democrata açoriano João Bruto da Costa considerou que “a generalidade dos modelos criados pelo governo regional estão hoje literalmente falidos” como se comprova pela “falta de planeamento e de políticas consequentes que levaram a investimentos desadequados e mal avaliados, cujo efeito, muitas vezes, parece que se esgotou no momento da sua inauguração”.
“O melhor exemplo desse total falhanço socialista”, disse, “reside no próprio conceito de ilhas da Coesão. Senão vejamos: quando foi apresentado, era, para o governo regional, uma forma de promover o crescimento nas ilhas do Corvo, Flores, S. Jorge, Graciosa e Santa Maria de forma a aproximá-las das restantes”.
Na verdade, reforçou, “cerca de dez anos depois da criação das ilhas de Coesão, em vez de se registar a necessária aproximação económica e de se ganhar estas ilhas para o desenvolvimento sustentável, verificamos que outras se atrasaram, integrando-se agora também neste conceito”.
“As políticas do governo socialista, não só não puxaram estas ilhas para cima, arrastaram outras para baixo”, acrescentou exemplificando com o que se passa na empresa Ilhas de Valor que foi “criada para agir nas ilhas mais frágeis, mas que hoje concentra os seus investimentos nas ilhas maiores”.
Para o deputado do PSD/Açores, “é urgente que o governo regional chame as autarquias a colaborar no processo de desenvolvimento e que responda positivamente às intenções de cooperação do Poder Local e é, também muito urgente que o governo regional elabore um plano de ação para o investimento nas ilhas da Coesão, que incentive a realização de pequenas obras capazes de dinamizar a economia local”.
“Nos dias de inauguração, o governo regional socialista é lesto a correr para a fotografia, mas no dia em que é preciso apagar as luzes e fechar a porta, o mesmo governo é o primeiro a aparecer e a dizer que não tem nada a ver com os problemas e que não passará mais cheques para pagar as dívidas que ajudou a gerar”, lamentou João Bruto da Costa.
Para o parlamentar social democrata açoriano há indícios de que estas ilhas poderão ter ainda mais problemas: “adivinha-se uma reforma do sector da Saúde que, ao que tudo indica pelos sinais que vão chegando, contribuirá para dificultar ainda mais o acesso dos cidadãos das ilhas mais pequenas a cuidados de Saúde”.
João Bruto da Costa criticou ainda “o governo regional por permitir, e talvez incentivar, que fosse a própria administração da SATA a ter uma interpretação redutora e a violar os serviços mínimos durante as recentes greves, prejudicou deliberadamente os açorianos, em particular das ilhas mais pequenas. O governo agiu com intuitos pouco claros, eventualmente de ‘quanto pior melhor’, que só o futuro clarificará”.