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Pessoa que muito considero, após o meu último artigo, telefonou-me a elogiar o que tinha escrito. É sempre bom ser lido! Essa pessoa sugeria que deixa-se aqui algumas ideias de como os portugueses poderiam ajudar o país a sair do momento em que estamos. É verdade que o comportamento individual de cada agente económico tem uma grande força quando agregado. É a visão na economia do “ a união faz a força!”.

Os portugueses podem, e devem, acreditar em Portugal. Somos um país com oitocentos anos de história e que passamos o século vinte longe dos grandes dramas que quase desfizeram a Europa. A Alemanha, a famosa Alemanha, faliu há menos tempo do que Portugal. Quer os alemães gostem, ou não, o passado financeiro deles é pior do que o nosso (para já não falar do político!). Porém também é verdade que cidadãos, políticos e investidores tendem a ter pouca memória, por isso é bom ir lembrando a história.

Quanto aos portugueses há muito que podem fazer. Tentar preferir o que é nacional é básico, mas não é praticado. Se cada português substituir quinze euros de consumo mensal importado por produção nacional, origina uma faturação de cento e cinquenta milhões de euros que ficam “todos” em Portugal, se consumirem estrangeiro parte dessa cifra é paga ao exterior, mesmo que parte da margem de comercialização fique em Portugal. Além disso há um efeito positivo no emprego positivo. Todos os portugueses devem fazer esse esforço, os produtores e a distribuição devem fazer um esforço de oferecer o melhor preço. Sem nunca esquecer que por principio não há melhor forma de ser competitivo cá dentro do que ser competitivo lá fora.

Os portugueses devem olhar para o setor primário como um desafio, seja para autoconsumo seja como fonte principal de rendimento. Aliás com o enorme desemprego jovem existente, não seria dos governos terem uma política eficiente de concessão de terras e matas? Há meses que se fala nisso mas… nada acontece. Adivinha-se mais um verão de matas a arder!

É verdade que não há soluções milagrosas mas também é verdade que deixar cair o braços e fazer crescer a apatia a nada nos leva. A sociedade continua a esperar do Estado o que já não é possível.