O PSD/Terceira considerou que a perda de serviços de Saúde na ilha Terceira, “como resultado da proposta apresentada pelo Governo Regional” e a afirmação do secretário regional da saúde “de que o hospital de Ponta Delgada será o hospital central dos Açores”, são a confirmação “da tendência centralista do governo do PS”, disse o líder da comissão política de ilha, Péricles Ortins.
“Essa realidade contraria a expetativa anunciada na abertura do novo hospital da ilha Terceira, para onde se prometeram melhores serviços e mais especialidades. A Terceira não pode aceitar essas alterações no setor”, disse em conferência de imprensa sobre a reestruturação que a tutela está a preparar, “uma proposta que vai esvaziar serviços em diversas ilhas e que vai conduzir ao reacender do bairrismo”, afirmou.
“Os terceirenses não podem aceitar esta alteração, que é um roubo à população em relação aos serviços de saúde existentes, por isso apelamos a todas as forças vivas a manifestarem-se sobre esta proposta. E desafiamos os órgãos de ilha do partido socialista a defender os interesses dos terceirenses e de todos ao que aqui residem”, sublinhou Péricles Ortins.
“A Terceira tem hoje dois hospitais. Um abandonado e vazio e outro que querem esvaziar”, afiançou o social-democrata, realçando que “o hospital é, com exceção para a base das Lajes, o maior empregador da ilha, quer em número de trabalhadores como em volume de ordenados, e mesmo no valor de compras que atinge. Não se pode acabar com essa dimensão por razões, que já aferimos, serão meramente políticas”, afirmou.
Para o PSD/Terceira há “uma clara contradição nas orientações do Partido Socialista que, em legislaturas anteriores, propôs e realizou uma parceria público-privada para o novo hospital da ilha Terceira. E agora, utilizando argumentos economicistas mal fundamentados, pretende reduzir-lhe funções que já existiam no antigo hospital, possivelmente com receio de uma salutar competição com o Hospital de Ponta Delgada, em benefício da população”.
“Se, segundo o senhor vice-presidente do governo, esta reformulação não se deve a razões financeiras, só podemos concluir que se trata de uma decisão política, que configura um ataque vil e sem precedentes aos cuidados de saúde disponibilizados aos terceirenses”, acusou.
“A redução de várias especialidades no Hospital do Santo Espírito da ilha Terceira, encaminhando os doentes para um hospital central em São Miguel, e sugerindo a prestação de serviços com médicos deslocados, quando existem especialistas em Angra, não é uma boa política de qualidade de serviço ou de racionamento de custos”, garantiu Péricles Ortins.
O presidente da comissão política de ilha do PSD/Terceira criticou ainda “o desrespeito prestado ao Centro de Saúde de Angra do Heroísmo, para o qual se pretende a desarticulação dos atuais serviços para passar a ser um simples posto de saúde”, assim como “a redução de valências no Centro de Saúde da Praia da Vitória, cujos serviços primários deveriam ser privilegiados para não sobrecarregar a urgência hospitalar”, concluiu.