Skip to main content

Basta ler os jornais regionais, escutar qualquer estação de rádio ou ver e ouvir as notícias no canal de televisão açoriano. O Governo Regional é uma presença permanente.

Mas será essa uma razão para espanto?

Não, obviamente que não. Ou melhor, não seria de espantar se a notícia recaísse sobre a atividade governamental desenvolvida no período que é objeto da notícia. Aliás, isso é o normal em qualquer lado do mundo. Significa que o governo, como lhe compete, está a tratar dos problemas de quem é governado. Que está a exercer a sua função. Que está a cumprir os compromissos que assumiu a força política que lhe deu origem em tempo de eleições.

Nada de mais!

O que é, de facto, motivo de admiração, é que não é só isso que vai acontecendo por cá. Ou melhor, é o que não acontece na grande maioria das vezes, senão mesmo permanentemente. Em que a mensagem que é transmitida é outra. Umas vezes acompanhando a notícia que é notícia. A maioria das vezes… nem por isso.

É a mensagem que tem origem no próprio Governo Regional. Que põe a sua máquina de fazer notícias, um tal GACS de seu nome, a trabalhar pela madrugada. Ou a altas, bem altas, horas da noite.

É a mensagem do autoelogio. Dos constantes balanços do que até aí está feito, mais frequente quando nada se fez de novo. Da obsessiva necessidade de tentar mostrar que já se fez muito, por manifesta impossibilidade de mostrar o trabalho que se está a fazer. Que não se faz, até porque o dinheiro escasseia. Inclusivamente para pagar a quem o próprio Governo Regional está a dever.

Uma mensagem em que nunca se admite o que está mal. E que nunca, mas nunca, reconhece que o que não corre bem, ou pelo menos uma parte, tenha tido origem na atividade governamental. Nem mesmo em relação aos 20 mil desempregados açorianos que neste momento atravessam uma fase muito difícil da sua vida.

Esta sede de mostrar serviço feito, quando é manifestamente curto o que se está fazer, é o timbre do novo governo. O de Vasco. Como, aliás, foi o dos velhos governos. Os de César.

Os governos socialistas, deve reconhecer-se, são verdadeiros especialistas em propaganda.