O PSD/Açores recordou que os governos regionais do Partido Socialista são os únicos responsáveis pela atual situação em que se encontra o Serviço Regional de Saúde e que levou à apresentação de um plano se austeridade que vai dificultar o acesso dos açorianos aos cuidados de Saúde.
Numa intervenção, no plenário do parlamento regional, o deputado social democrata açoriano Luís Maurício lembrou que nos últimos 16 anos “os governos regionais do Partido Socialista vieram negando a situação em que se encontrava o Serviço Regional de Saúde, à custa de ‘superavites’, encapotados numa desorçamentação, abnegadamente defendida e propalada pelo antigo e atual vice-presidente de então”, garantindo, no entanto que “apesar do PSD/Açores não ter qualquer responsabilidade neste estado de coisas, predispôs-se a colaborar, tendo entregue, em devido tempo e quando para isso solicitado, um documento definidor daqueles que consideramos ser os princípios básicos a ter em conta na defesa da sustentabilidade do Serviço Regional de Saúde”.
Segundo Luís Maurício, o PSD/Açores, “sempre defendeu que a par de algumas medidas de racionalização do sistema havia um subfinanciamento da saúde” pelo que o partido irá “analisar, de forma ponderada, o documento entregue no passado dia 10 de maio sobre a reestruturação do Serviço Regional de Saúde, como o líder do PSD/Açores teve oportunidade de afirmar”.
Luís Maurício considerou existirem igualmente “relativamente a várias temáticas uma inconsistência palpável, nomeadamente no tratamento das matérias relacionadas com a medicina de urgência e emergência assim como um desequilíbrio na forma como se justificam opções nas áreas das especialidades hospitalares”.
Por exemplo, reforçou, “identificam-se contradições entre a sustentabilidade que se procura atingir com o sistema e a qualidade dos atos prestados em função da casuística, da especialização e mesmo atitudes contraditórias relativamente a opções tomadas num passado recente, nomeadamente o relativo à construção do hospital da ilha Terceira, de onde se retira, por exemplo a cirurgia vascular e a reumatologia, quando todos recordam as palavras do anterior titular da Saúde na Região e da anterior presidente do conselho de administração, segundo os quais o novo hospital era um estímulo fundamental à fixação de novos especialistas e de novas especialidades. Afinal agora retiram-lhes especialidades”.
“A geografia e bem, é motivo para se manterem as três maternidades existentes, mas o mesmo argumento geográfico já não justifica a manutenção de outras especialidades, cujo resultado técnico obriga à deslocação de doentes inter-ilhas”.
“Na área dos cuidados primários defenderemos, igualmente, e sempre uma política de proximidade, que tenha em conta a realidade atual: insuficiente cobertura da população pela medicina geral e familiar; as condições sócio-económicas dessas famílias, que não lhes permitem recorrer à medicina privada e que vêm no sistema público a sua única porta de entrada”, disse.