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Espírito 1 – Dia dos Açores
Quando “cooptamos” a 2ª Feira do Espírito Santo para assinalar o Dia dos Açores e a Autonomia, juntamos a nossa identidade à nossa vontade. É verdade! Mas numa data tão querida para os açorianos, não nos podemos admirar que aquele que chegou depois seja lembrado apenas na cerimónia a cargo da Assembleia Regional.

Os Estados e as Regiões escolheram datas de grande simbolismo para assinalarem o seu “Dia”. A França, a Tomada da Bastilha em 14 de Julho; os Estados Unidos o “Fourth of July”, dia da independência; Portugal o 10 de Junho, dia da morte de Camões; a Madeira o dia 1 de Julho, data da consagração da Autonomia… e há também quem tenha escolhido o dia do santo padroeiro.

No caso dos Açores a data foi bem escolhida… “demais”! O Espírito Santo é de facto o traço que nos une de S. Maria ao Corvo… e nos liga às comunidades. Mas, se na “2ª Feira da Pombinha” os açorianos estão espontaneamente disponíveis para celebrar o nosso mais forte elemento identitário, estão demasiado ocupados para pensar noutra coisa.

Das duas, uma: ou não nos queixamos que o povo açoriano está afastado do Dia dos Açores, ou reconhecemos que o Dia dos Açores é “abafado” pela 2ª Feira do Espírito Santo … e encontramos alternativas. Este ano abriram-se os palácios. É um passo … pequeno e tímido.

Mas se disponibilizarmos alguns meios e “espaço” às centenas de associações culturais, recreativas, ambientalistas e desportivas, que voluntariamente trabalham todo o ano, na maior parte das vezes sem ultrapassarem a fronteira do concelho ou da ilha… um “Dia” não chegava. Era preciso a Semana, a Quinzena ou o Mês dos Açores. “Se Maomé não vai à montanha (à 2ª Feira)… vai a montanha a Maomé”!

Espírito 2 – Adoção
Discordo da adoção de crianças por casais do mesmo sexo. Adotar uma criança não é apenas prestar-lhe bons cuidados. É garantir o seu pleno desenvolvimento psicossocial, cujo contributo de uma mãe e de um pai tende a proporcionar.

Agora, como ouvi dizer, que as crianças adotadas por casais homossexuais vão ficar afetadas pela chacota… na escola, na praia… é um argumento aparvalhado.

Por essa ordem de ideias, não conhecíamos os milhentos filhos fantásticos de pais que se divorciaram, quando o divórcio “rotulava” negativamente os progenitores. Ou os filhos fantásticos de mães solteiras. Sim, neste caso temos mães heroínas que fazem de mãe e pai. É verdade, o ser humano, na presença de amor, é insuperável.

Claro que há casais, ditos normais, que não garantem às crianças coisa nenhuma e onde o Estado não intervém por incapacidade ou incompetência. Cada caso é um caso! Agora, discordo que o Estado tenha capacidade e competência para decidir que uma criança, por vir a ter duas mães, não tenha pai… ou, por vir a ter dois pais, não tenha mãe!

Espírito 3 – Vítor Pereira
Chegou ao Sta. Clara vindo das escolas de formação do Porto e saltou de adjunto de Villas-Boas, a bicampeão nacional.

Alguém duvida que Vítor Pereira é um excelente treinador? Mas o futebol tem dessas ironias.

Enquanto aquele que perdeu dois campeonatos é amado na Luz, o que os ganhou … é mal-amado no Dragão!

Espírito 4 – Conselho de Estado
Se Carlos César exagerou nos adjetivos a Cavaco Silva? Pois talvez! Agora, marcar um Conselho de Estado no Dia dos Açores é um disparate. Se era para o Presidente se aconselhar sobre o Pós-Troika, que só vai acontecer daqui a um ano e tal… bem que podia esperar mais um dia ou dois.