Arrisca 1 – “Narizes”
Sei que a ARRISCA tem uma sede apertada; que já não responde às solicitações; que precisa de um espaço adequado; que tem técnicos qualificados; que boa parte dos utentes querem saltar fora do “poço”; que são olhados com desconfiança e muitas vezes discriminados; que sem a ajuda técnica … tudo é mais difícil; que as comunidades, em vez de tolerarem, deviam regozijar-se com a presença destas instituições, … mas também sei que a maioria dos que lá procuram apoio quer sigilo e discrição.
Por mais bem-intencionada que seja a procura de novas instalações, a mudança para uma das ruas mais movimentadas da cidade de Ponta Delgada não é uma solução sensata.
Mas a polémica da ARRISCA aqui, ARRISCA ali, mostrou na perfeição a ligeireza das decisões quando o dinheiro não nos sai (diretamente) do bolso.
Se as instituições como a ARRISCA são financiadas (e bem) por dinheiros públicos, cada vez mais escassos, tenho a certeza que a solução “mais em conta” não era arrendar as antigas instalações da Casa Regional, a 150 metros do atro da Matriz.
Pior ainda, é saber que o Governo Regional, em 2004, gastou 4 milhões numa construção de raiz, edificada na Casa de Saúde de S. João de Deus, para o funcionamento do “Programa da Metadona” e que agora está “às moscas”.
Bem sei que, entretanto, a atual presidente da ARRISCA pediu a demissão das funções que exercia na Casa de Saúde; que “bateu a porta”, segundo a própria, por divergências e que instalar a ARRISCA no tal edifício na Casa de Saúde … implicaria voltar a passar todos os dias pela mesma porta … que bateu.
Mas quando se trata de rentabilizar infraestruturas, que nos custaram os olhos da cara, temos de ultrapassar as “guerras de narizes”. Caso contrário, caramba, não há dinheiro que resista!
Arrisca 2 – José Seguro
Por mais que os portugueses desesperem com Passos Coelho e Vítor Gaspar, quando olham à volta nem reparam em José Seguro. Como se diz em política … “o homem não cola”. Nem mesmo a cavalgar o desespero luso … aquilo faz “click”.
Pressionado internamente pelos socráticos, para Seguro, nada do que o governo faz é bom, … nem mesmo quando é aquilo que ele próprio pede e repete todos os dias: “mais tempo para consolidar as contas públicas”.
Depois baralha-se! No sábado, até os jornalistas tiveram que lhe explicar que a flexibilização défice, pretendida pelo Governo em 2014, era folga-lo de 4% para 4,5% do PIB.
Seguro, teimava que o governo queria o contrário (4,5% para 4%). Assim não era flexibilizar, … era “arroxar”. Oh homem, tem de estar mais atento … para “mudar o chip”!
Arrisca 3 – Linguarejar
Primeiro foi Carlos Abreu Amorim (PSD), que ao festejar o campeonato do Porto, se dirigiu aos benfiquistas como “magrebinos”. A seguir, José Lello (PS), sobre a entrevista do pai do Primeiro-ministro, escreveu: “Passos Coelho morto ou vivo”. Por fim, Miguel Sousa Tavares (comentador e escritor), referindo-se ao Presidente da República, chamou-o “palhaço”.
Nem me atrevo a hierarquizar a mau gosto dos adjetivos ou das expressões utilizadas, apenas registo que Abreu Amorim e Sousa Tavares … admitiram o exagerado “linguarejar”, enquanto Lello insiste em jogar na 2ª liga!
Arrisca 4 – Jorge Jesus
Mais do que as competências técnicas e táticas, um treinador é um gestor de recursos humanos. Não chega gesticular e berrar. É preciso perceber o que vai na cabeça dos jogadores, principalmente quando na cabeça deles vai uma enorme falta de confiança … no treinador.