O PSD/Açores considerou que os resíduos produzidos na Região “são um passivo ambiental que urge resolver” e alertando para “uma situação muito complicada, pois os Açores precisam mesmo de uma política própria para a gestão e tratamento dos resíduos, sob pena de os mesmos se acumularem indefinidamente com a deposição em aterro”, disse o deputado Luís Rendeiro.
O social-democrata falava sobre uma petição criada contra a incineração nos Açores, sublinhando que a mesma “partiu de um equivoco”, uma vez que “não é incineração pura e dura, do que quer que seja, que se pretende implementar na Região, neste caso em São Miguel, mas a valorização energética de resíduos que, de nenhuma forma, poderiam ter qualquer outra finalidade. Incineração e valorização energética de resíduos não são sinónimos”, explicou.
Segundo Luís Rendeiro, “a não implementação dos centros, que são diferentes, de valorização energética de resíduos em São Miguel e na Terceira, põe em causa a implementação e o cumprimento do Plano Estratégico de Gestão de Resíduos dos Açores -PEGRA -“, iniciativa “que até já deveria estar concluída”, pelo que defende “uma correta hierarquização das operações de gestão dos resíduos, sendo que a simples exportação dos mesmos para o exterior da Região é economicamente inviável”, frisou.
Mesmo tendo em conta que “o transporte marítimo de resíduos inter-ilhas é oneroso, e terá de ser fortemente subsidiado, pondo em risco a viabilidade económica de todo o PEGRA”, o deputado avança que “a valorização energética permitirá reduzir outras queimas, que são caras e poluentes e importadas, cujo exemplo maior é o dos combustíveis fósseis, de que os Açores são ainda dependentes”, avançou.
Luís Rendeiro salientou também que “todo o projeto de valorização energética de resíduos nos Açores, que inclui as unidades de valorização de São Miguel e da Terceira, só é possível porque, em dezembro de 2012, o atual Governo da República aumentou a dotação inicial do Fundo de Coesão de 70 milhões de euros para 175 milhões de euros, ou seja promovendo um aumento de 150%”, frisou.
“Sendo natural que se critique o Governo da Republica quando toma medidas contrárias aos interesses dos Açores, e nós somos os primeiros a faze-lo, é igualmente justo e correto que se refira a forma diligente e eficaz como o Governo da República canalizou mais 105 milhões de euros para os Açores nesta área”, concluiu.