PDL 1 – 467º aniversário
Com 69 mil habitantes, o concelho de Ponta Delgada representa 28% do total da população dos Açores. Curiosamente tem a mesma percentagem de empresas (28% das empresas açorianas) e 57% das sediadas em S. Miguel.
Não é uma “metrópole”. Obviamente! Não é a capital. Isso nem existe na nossa organização administrativa, nem tão pouco quer ser um “Terreiro do Paço”. Para além de pouco inteligente, traz-nos à memória centralismos que mais não fizeram do que acentuar assimetrias, cuja fatura estamos a pagar. Então Ponta Delgada é o quê?
Carruagem ou locomotiva? Se calhar não é preciso “catalogá-la”. Sabemos apenas que Ponta Delgada tem capacidade para puxar os Açores para a frente …ou empurrá-los, o que pelas leis da física dá rigorosamente no mesmo!
Seja o que for, a história passada e recente fez com que chegássemos aqui com mais gente, mais empresas e mais empresários.
Para quem acredita, como eu, que são as empresas e os empresários que criam riqueza, … então Ponta Delgada cria mais riqueza (33% do PIB Açores em 2009). Para quem acredita, como eu, que a repartição inteligente da riqueza é um instrumento facilitador do investimento privado, então Ponta Delgada é o concelho onde a repartição da riqueza (leia-se: investimento público) é mais reprodutiva.
Claro que o investimento público tem ele de ser inteligente. Caso contrário, em vez de instrumento facilitador, … introduz distorções e pressões insustentáveis na economia. E não é preciso ir muito longe para encontrarmos exemplos tristes. Os mais emblemáticos aconteceram no turismo e no comércio, … mas também na agricultura e na indústria. Mas agora mais do que apontar os culpados … são precisas soluções!
PDL 2 – Coragem de rotura!
“Fizeram-se opções expansionistas (…). Agora temos um centro histórico abandonado, desertificado com edifícios que nunca mereceram uma estratégia de reabilitação, a par de outros que foram construídos e que por falta de sustentabilidade nem sequer foram concluídos”. Esta é a rotura corajosa que o Presidente Bolieiro quer fazer.
Se antes o importante era alargar a malha urbana, construindo de raiz nas periferias, agora a prioridade te de ser a requalificação urbana do centro histórico.
O edifício da Ordem dos Engenheiros (Largo de Camões) e o edifício dos Azevedos no Largo da Matriz são excelentes exemplos de requalificação.
Como é que isso se faz? Criando políticas facilitadoras, que tornem a requalificação no centro histórico mais competitiva do que novas construções nas periferias da cidade.
Na prática, não podemos querer gente a circular e a habitar dentro da cidade, se continuar a ser mais barato construir e habitar (incluindo deslocações) fora da cidade!
PDL 3 – Terrenos da Calheta
“O que se passa com o hotel Casino é uma vergonha para a cidade. Mas reclamo também (…) urgência na solução daquela insustentável obra inacabada [centro comercial] nos terrenos da Calheta. Demolir e reutilizar aquele espaço impõe-se”. Por outras palavras, o Presidente Bolieiro quer devolver à cidade um espaço nobre destruído por um disparate … construído de raiz!
PDL 4 – Centro de Saúde
“Há tanto edifício grandioso no centro histórico abandonado e degradado que pode ser requalificado para novas utilizações de serviços públicos. (…) Não vejo como uma ajuda à economia da cidade retirar o Centro de Saúde do centro histórico da cidade”. Ouvi isso da boca do Presidente da Câmara no dia de aniversário da cidade e concordo!