O PSD/Açores responsabilizou o Governo Regional pela atual situação no setor cooperativo de São Jorge, atualmente “com uma dívida que ultrapassa os quinze milhões de euros”, e a necessitar “urgentemente” de uma solução sustentável, afinal a produção de queijo é a principal indústria da ilha, “da qual depende direta ou indiretamente a maioria dos jorgenses”, disse o deputado António Pedroso.
“A realidade é grave e justifica soluções de emergência, pois as famílias dos agricultores jorgenses estão asfixiadas economicamente e não aguentam mais”, sendo que o PSD/Açores entende que é urgente “o governo regional ajudar os agricultores jorgenses, que se encontram sem receber e a sofrer a austeridade de um modelo cooperativo errado do PS/Açores”, afirmou.
“Os atrasos nos pagamentos do leite aos produtores atinge cerca de 8 meses e provocam um efeito dominó na economia de São Jorge, afetando dezenas de empresas e centenas de famílias, havendo algumas sem dinheiro para pagar as contas da mercearia. Qualquer dia, nem o leite será entregue nas fábricas porque não haverá gasóleo para as viaturas o transportarem”, acrescentou António Pedroso.
O deputado do PSD/Açores lembrou que, “na recente visita a São Jorge foi reconfirmado que não haveria mais cheques para pagar dívidas do setor cooperativo. Não há mais dinheiro, disse com voz límpida e sincera o Senhor Presidente do Governo, perante o olhar estupefacto dos presentes”, sublinhou.
“Perante um problema de insustentabilidade financeira e incapacidade, e não havendo injeção de dinheiro público num setor moribundo, é curioso pensar qual vai ser a colaboração do governo. Será assistir ao velório, acender as velas ou enterrar o morto e rezar por alma”, questionou.
“O problema do setor cooperativo de São Jorge não é filho de pai desconhecido, quem fecundou as cooperativas para deixar os jorgenses com a criança nos braços sabemos todos muito bem quem foi. Foi o governo socialista e não deve fugir agora às suas responsabilidades paternais”, frisou António Pedroso.
O social-democrata reforçou que “é hora de se realizar o estudo pedido pelo PSD/Açores sobre a sustentabilidade do setor cooperativo. Um estudo imprescindível para conhecer a realidade do sector e adotar medidas que possam, de uma vez por todas, salvar as cooperativas de São Jorge”, adiantou.
“Temos vindo a apresentar várias soluções e, como já dissemos, é urgente a criação de um fundo de apoio a estas empresas, com a participação da banca e da Região. Se não agirmos depressa, pode ser demasiado tarde”, concluiu.