Cordas 1 – Greve da SATA
A greve é um direito e as empresas públicas um terreno fértil. Fazem as delícias dos sindicatos, ainda mais, quando percebem que os conselhos de administração têm tanto de capacidade negocial, … como eu jeito … para o crochet.
Já disse que a greve da SATA é “arrogante” e as datas escolhidas uma provocação. É verdade! É o sentimento generalizado, … mas um governo e uma administração que deixam isto chegar aonde chegou, … perderam margem de manobra. Ficaram “encostados às cordas”!
Capacidade negocial é a arte de fabricar consensos e evitar o ponto de rotura. É um processo moroso para as partes ganharem confiança mútua. Isso nunca aconteceu! Já não são de agora as queixas dos sindicatos da aviação civil sobre as “não respostas” desta administração em processos negociais com “barba e carrapicho”. “Tantas vezes o cântaro vai à fonte …que um dia parte mesmo”.
Mesmo neste caso, após o cancelamento da greve da TAP/SATA, por altura da Páscoa, em vez do Governo Regional e da Administração da SATA, fingirem que não era nada com eles, tinham a obrigação de prevenir esta situação que se adivinhava.
“Fiaram-se na Virgem”, … e agora são os açorianos e os empresários a correr … atrás do prejuízo.
Alguém imagina uma greve destas com António Cansado na presidência da SATA? Até tinha fama de “não deitar água a pintos”, por isso privilegiou o dialogo com os sindicatos, garantindo sempre, do lado da SATA, capacidade negocial.
Numa negociação, quem quer ganhar tudo, arrisca-se a perder … tudo! E depois desta greve como é que ficamos? Os Açores, mais pobres certamente e esta administração da SATA?
Sem capacidade negocial, … deixa-nos de mãos e pés atados e completamente vulneráveis em situações futuras. Lamento constatar mas, objetivamente, esta administração não tem condições para continuar!
Cordas 2 – SATA Rali
Está aí o SATA Rali. A Eurosport transmite em direto, as TV’s fazem peças para os telejornais e a imprensa especializada cobre o evento. Excelente, mas não chega!
Quando os telespectadores veem imagens fantásticas, que podiam promover o destino Azores, têm de saber que aquele cenário “verde edílico” é nos Azores … e não na Irlanda, na Nova Zelândia … ou noutro sítio qualquer.
Carros, em curvas espetaculares, vemos pela TV um pouco por todo o mundo … e em todo o mundo percebemos que os patrocinadores exigem exibir as suas marcas nos “pontos espetáculo”.
Já escrevi isto há dois anos, … há um, mas volto a insistir! Com amadorismos e esquecimentos … não vamos lá.
Aqui, o principal patrocinador é o orçamento regional, ou seja os Azores, ou seja … nós todos. O mínimo que se exige é “legendarmos” as “curvas espetáculo”, tal como fazem os patrocinadores cujos acionistas exigem resultados do investimento realizado. Fiz-me entender?
Cordas 3 – 25 de Abril
“A utopia está lá no horizonte. Se me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Se caminho dez passos o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Então para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar” (Eduardo Galeano). É isso mesmo. Os ideais do 25 de Abril estão lá … no horizonte!
Cordas 4 – Berta Cabral
“Uma mulher d’armas” … (literalmente)! Berta Cabral é a nova Secretária de Estado da Defesa. Podia felicitá-la por termos trabalhado juntos, por ser compaheira de partido, por ser açoriana, por ser mulher, … mas prefiro a sua condição de “mulher da guerra”, … no sentido poético do termo, obviamente!