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Os socialistas açorianos vivem certamente um momento de apreensão com a situação nacional do seu partido.

Falando com todos, ou quase todos, tem-se consciência dos ”incómodos” que diariamente sentem com a liderança de Seguro.

Paradoxalmente assistem, certamente com mágoa, ao facto de Seguro não criar um único “incómodo” ao governo da República. Esse sim, um “incómodo” que desejavam, facilitado por se destinar a um governo fragilizado pela política de austeridade que foi obrigado a promover para evitar a quase bancarrota criada por Sócrates.

Mas Seguro, perdido nos caminhos de uma oposição caótica, tem tido afirmações que ficarão para a “história triste da política”.

A última, ou uma das últimas, já que se sucedem a uma velocidade vertiginosa, foi reveladora de uma liderança desastrosa e digna de figurar num qualquer “Manual do que não deve acontecer em política”. Mostrou um Seguro irresponsável e sem disponibilidade para o serviço público.

Encheu o peito e disse, referindo-se à situação atual do país: “Quem criou o problema que o resolva”.

Quem está na política de forma séria está para servir. Independentemente das dificuldades com que tem de se confrontar. Não é um gestor de facilidades.

Mas, afinal, quem conduziu o país à situação de pré-bancarrota foi Sócrates. E aí, pelo menos por solidariedade partidária, Seguro deveria estar pronto para se desenvencilhar do problema. Pelos vistos, não está.

Contudo, disse que está disponível para “substituir o governo”.

Com que projeto? Com que medidas?

O projeto é “renegociar as condições do nosso ajustamento e definir uma estratégia de crescimento e emprego”. Jacques de la Palice não diria melhor. Mas a única medida concreta que enuncia é a redução do IVA da restauração.

É Seguro no seu melhor. Vazio de ideias e a brincar à política.

Provavelmente nem todos os socialistas açorianos estarão descontentes. Há pelo menos um que deve estar embevecido com a liderança tosca de Seguro. É José Contente, o seu mandatário regional nas eleições internas que o conduziram à liderança.

É um tema que fica à consideração dos munícipes de Ponta Delgada.